quinta-feira, 30 de outubro de 2008

TESTE

Estrutura e Cotações


GRUPO I
1. ......................................................................... 20 pontos
2. ......................................................................... 60 pontos
_________80 pontos


GRUPO II
1. ......................................................................... 30 pontos
2. ......................................................................... 30 pontos
3. ......................................................................... 60 pontos
_______120 pontos


TOTAL ..................................................... 200 pontos

Conteúdos:

1- As transformações das primeiras décadas do século XX

1.1 – Um novo equilíbrio global
1.1.1 – A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. A Sociedade das Nações
1.1.2 – A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos Estados unidos
1.2 – A implantação do marxismo-leninismo na Rússia: a construção do modelo soviético
1.2.1 – 1917: O ano das revoluções
1.2.2 – Da democracia dos sovietes ao centralismo democrático

1.3 – A regressão do demoliberalismo
1.3.1 – O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos movimentos sociais; emergência de autoritarismos

1.4 – Mutações nos comportamentos e na cultura
1.4.1 – As transformações da vida urbana
1.4.2 – A descrença no pensamento positivista e as novas concepções científicas
1.4.3 – As vanguardas: rupturas com os cânones das artes e da literatura

1.5 – Portugal no primeiro pós-guerra
1.5.1 – As dificuldades económicas e a instabilidade política e social; a falência da primeira República
1.5.2 – Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas

A GRANDE DEPRESSÃO

Com o fim da I Guerra Mundial, a Europa entra num período de reconstrução, que se salda num aumento da procura dos bens de equipamento e de matérias-primas. No entanto, em 1920, inicia-se uma crise económica nos países industrializados, que atinge o seu ponto mais grave em 1921. A procura baixa, os stocks acumulam-se, os preços baixam, bem como a produção. Assistem-se a falências, a baixas de salários e ao desemprego. A Europa é atingida, pois dependia do crédito americano. A recuperação desta crise é feita através do surgimento de inovações tecnológicas, pela utilização de métodos de racionalização do trabalho, pela concentração das empresas e pelo incremento das operações bolsistas. Em 1925, é alcançada a estabilização monetária e são atingidos os níveis de produção anteriores à guerra.
Entre 1925 e 1929, vive-se uma era de prosperidade, “os loucos anos 20”, e a Europa e os EUA assistem a um boom industrial.

A prosperidade assentava em bases pouco sólidas, que depressa vão conduzir à sua derrocada. O recurso ao crédito, a saturação dos mercados, as dificuldades nas indústrias do aço e dos automóveis e a especulação na bolsa vão conduzir à grande depressão, que nasce com o crash da bolsa de Nova Iorque em Outubro de 1929. Os bancos vão à falência, o desemprego aumenta, os preços descem, as empresas fecham, agricultores vão à ruína, os produtores destroem milhões de toneladas de alimentos (tentando evitar que os preços baixassem), pequenos e médios industriais perdem tudo o que tinham, classes médias e reformados ficam arruinados, o operariado vai para o desemprego e agudizam-se os conflitos sociais, bem como o racismo.

A generalização da crise a nível mundial (excepto URSS) pode explicar-se devido à retirada dos capitais investidos na Europa (os bancos e as empresas vão à falência) e à contracção do comércio mundial (que impossibilita que os países escoem a sua produção).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O MOVIMENTO MODERNISTA PORTUGUÊS

Pode entender-se por modernismo o conjunto de movimentos da literatura, das artes plásticas, da arquitectura e da música surgidos nos finais do século XIX e que se estenderam até à II Guerra Mundial (em Portugal, o movimento modernista inicia-se em 1913 e prolonga-se até 1940 – ano da Exposição do Mundo Português). Este movimento caracterizava-se pela ruptura com o passado e pela liberdade de criação e de pesquisa estética.

No início do século XX, começam-se a desenvolver, em Portugal, estéticas vanguardistas, quer no domínio das artes plásticas, quer no domínio da literatura. Em Portugal, pode dividir-se o modernismo em 2 fases.

O primeiro movimento modernista português foi marcado pela publicação da revista Orpheu, que apesar de ter conhecido apenas 2 número, fez o encontro das letras e da pintura e deu a conhecer as principais tendências do movimento, sendo assim o veículo de difusão do modernismo. Os principais nomes do primeiro modernismo português foram Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Santa-Rita Pintor, Amadeo de Souza Cardoso e Eduardo Viana; destes vários tiveram formação (ou trabalharam) no estrangeiro, justificando-se pelo seu contacto com as tendências vanguardistas da Europa, o surgimento destas mesmas tendências vanguardistas também em Portugal.

No segundo movimento modernista português, destaca-se a publicação da revista Presença. Este segundo modernismo tinha como características a tentativa de afastamento de qualquer posição de carácter político ou religioso; muitas das obras, estavam relacionadas com a decoração de espaços públicos. O movimento acabou por ser apropriado pelo regime, tendo muito contribuído para isso a entrada de António Ferro no SPN. Alguns dos nomes mais importantes do segundo modernismo português foram José Régio, Miguel Torga, Abel Manta e Vieira da Silva.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS

As Vanguardas. Rupturas com os cânones das Artes

No início do séc. XX, dão-se profundas transformações na literatura e nas artes, reflectindo o espírito da mudança. Representa uma frente comum das artes contra a tradição e um desafio à sociedade.
É a época do Modernismo e das experiências de vanguarda que se caracterizaram por:
a) Rompimento com a arte tradicional:
-abandono do figurativismo (a fotografia passa a ocupar-se da representação do real). A obra de arte ganha autonomia face à realidade, libertando-se da necessidade de a copiar;
- recusa do academismo que seguia os modelos clássicos, numa representação ideal da Natureza e do Homem (desenho em pormenor, claro-escuro, perspectiva);
- abandono dos temas tradicionais (temas religiosos/clássicos/históricos);
b) Criação de uma linguagem pictórica própria
- carácter bidimensional, sem preocupações de volume e de desenho, dando mais importância à cor;
- novos temas como a luz, o calor e os estados de alma do pintor, temas do
quotidiano;
- procura da intelectualização da visão.
c) Levar a arte a todos os domínios da actividade humana
- levar a arte às habitações, aos espaços urbanos, ao vestuário, mobiliário e até aos objectos de uso quotidiano, na aplicação de um funcionalismo estético que liga a arte à tecnologia, à indústria, ao mundo do quotidiano. Às preocupações funcionais juntam-se agora preocupações estéticas. Como exemplo, surge o Design que transforma os objectos de uso corrente, produzidos industrialmente, em verdadeiras obras de arte.
d) concepção da arte como uma investigação permanente (busca de novas técnicas, novos materiais).
Surgem variadas escolas - Milão, Roma, Berlim, Paris -efémeras, devido ao carácter de pesquisa que leva os pintores a saltarem de escola em escola.
Surge, então no século XX, o Movimento das Vanguardas ou Vanguardismo, movimento artístico que vai desencadear uma revolução plástica que irá abrir novos caminhos à arte. Atinge a pintura, a escultura, a arquitectura, o mobiliário, a decoração, a literatura e a música.
Os artistas vanguardistas assumem-se como os pioneiros, os «avant-garde», tendo por missão inventar o futuro e criar um mundo novo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

AS NOVAS CONCEPÇÕES CIENTIFICAS

A Descrença no Pensamento Positivista e as Novas Concepções Científicas

* Na segunda metade do séc. XIX, o positivismo marcava todo o conhecimento científico. A metodologia das ciências experimentais era aplicada a todas as áreas (da Física à História), acreditando-se que tudo podia ser explicado em termos científicos e que a ciência podia atingir a verdade absoluta.

* Mas, nos princípios do séc. XX, a ciência evoluía não no sentido das verdades absolutas, mas num sentido diferente. O racionalismo, a certeza e o absoluto foram substituídos pela incerteza e pelo relativismo. A própria ciência se punha, assim, em causa. O Positivismo dava lugar ao Relativismo, doutrina segundo a qual o conhecimento é sempre relativo, condicionado pelas suas leis próprias, pelos limites do sujeito que conhece e pelo contexto sociocultural que o rodeia.
Esta teoria provocou um choque na consciência científica da época, contribuindo para abalar a confiança na certeza científica.

* No caso da História: Benetto Croce começou por contestar as teorias positivistas aplicadas a esta ciência. Segundo ele, todo o conhecimento histórico é sempre um conhecimento relativo e subjectivo influenciado por inúmeros factores (perspectiva do historiador, selecção de fontes, interpretação, etc.)

* Também a Física e outras ciências experimentais se afastam do Positivismo. Einstein cria a teoria da relatividade que punha em causa o carácter absoluto do conhecimento, tornando-o dependente do espaço, do tempo, do movimento e do observador, também eles realidades não absolutas.
Segundo aquela teoria, as medidas de energia e de massa eram inseparáveis da velocidade e do movimento. Verificou que à medida que os objectos se aproximam da velocidade da luz (3.000.000 Km/s), eles encolhem, a sua massa aumenta e o tempo abranda. Por isso, nenhuma observação efectuada a partir de um único ponto fixo num universo, em permanente expansão, devia merecer uma confiança absoluta.
Desse modo, altera-se também a noção do tempo. Este, que se pensava invariável e linear, torna-se também uma nova dimensão, tal como o são o cumprimento, a espessura e a velocidade.

* Nova revolução científica com a Psicanálise:
Freud, médico neurologista e professor da Universidade de Viena, cria a Psicanálise que vem questionar o poder absoluto da razão sobre o comportamento humano.
A Psicanálise surgiu inicialmente como um método de determinação das causas das neuroses e como terapia de tratamento (a partir da interpretação dossonhos, da associação livre e da hipnose).
Depois deu origem a uma doutrina psicológica sobre os nossos processos mentais e emocionais, um método de investigação e uma técnica terapêutica para tratamento de neuroses e psicoses.
Segundo Freud, a «psique» humana estava estruturada a três níveis:
- o «infra-ego» (id), parte mais profunda da psique. O inconsciente que abarca um conjunto de impulsos e forças instintivas que buscam a satisfação imediata;
- o «superego», a parte subconsciente. Uma parte inconsciente, mas a um nível menos profundo. Está ligado à interiorização das proibições morais e éticas.
Está sempre vigilante em relação aos nossos comportamentos (censurando/motivando) através da «censura»;
- o «ego» (eu) ou consciente. É ele que decide se um impulso pode ou não ser satisfeito.
Segundo Freud, as causas das neuroses estariam no facto de muitos impulsos instintivos e recordações desagradáveis terem sido reprimidas para o inconsciente da vida mental, onde aparecem recalcados, vindo a gerar neuroses. É a censura que não os deixa aparecer. A função terapêutica da Psicanálise seria o de conseguir trazer à consciência essas forças recalcadas inconscientes. Seria ir à procura das origens dessas neuroses. Tal conduziria à descompressão do que estava recalcado e dessa consciência começava o caminho para a cura.
A Psicanálise influenciou as inovações literárias e artísticas da 1ª metade do séc. XX. Escritores e artistas inspiraram-se nas concepções psicanalíticas, encontrando no mundo aberto da Psicanálise uma fonte de inspiração frutuosa e uma influência libertadora: na Literatura surgem personagens freudianas com neuroses; na Arte surgem correntes como o Surrealismo que tentam penetrar para além do nível consciente da percepção.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

MUTAÇÕES NOS COMPORTAMENTOS E NA CULTURA

► Massificação da vida urbana
Surge nas cidades uma sociedade de massas, caracterizada por:
- Elevado número de pessoas
- Sua dispersão espacial
- Anonimato (as populações vivem em bairros estandartizados, trabalham em grandes empresas e vivem sem estabelecer relações interpessoais com a vizinhança ou com colegas de trabalho)
- Consumo de massas numa sociedade de consumo
- Uniformização de comportamentos (modo de vestir, falar, atitudes)
- Novo clima de ócio. Ânsia de divertimento.

► Alienação do trabalho
Termo marxista para designar o trabalho automatizado pelo operário imposto pela máquina de montagem. O trabalho passou a ser anónimo e abstracto. O produto final deixou de ser o produto da criatividade do operário, para ser o produto da máquina. Do trabalho está alheio o pensamento e o sonho.
Do trabalho operário, o conceito de alienação do trabalho alargou-se também ao trabalho burocrático.

► Desagregação das solidariedades e a anomia social
- Nas sociedades urbanas quebram-se laços de solidariedade e as relações entre os homens desumanizam-se. Os homens vivem cada vez mais isolados, fechados em si próprios.
- Nas zonas degradadas dos bairros pobres (urbanos e suburbanos) a pobreza conduz a situações de marginalização que conduzem à violência a à criminalidade.
- Surgem situações de “Anomia Social” que se evidenciam por comportamentos urbanos marcados por uma ausência de regras ou de leis, de princípios e de valores. São comportamentos marginais de indivíduos desenraizados que não se integrando na sociedade, assumem comportamentos agressivos que conduzem à criminalidade.
Ex. Gangsters como Al Capone, Bonnie e Clyde, vivendo à margem da lei, sem princípios morais.

A Crise dos Valores Burgueses Tradicionais

► Valores Burgueses tradicionais:
- Confiança na superioridade da civilização ocidental
- Confiança na ciência, indústria e no progresso ocidental
- Confiança na propriedade privada - Família patriarcal

I Guerra Mundial:
Brutalidade que põe em causa a confiança e o optimismo »» Crise das consciências

- Decepção generalizada. Descrença. Pessimismo.
- A ciência com a sua capacidade de gerar progresso é posta em causa
- Contestação a todos os níveis (comportamentos, família, sexual, casamento indissolúvel, papel da mulher, arte tradicional)
- Contestação política às democracias por grupos revolucionários e por grupos conservadores e autoritários.