quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS

A todos os meus alunos e ex.alunos umas Boas Festas...e apesar de tudo sorriam e sejam felizes!!!

domingo, 6 de dezembro de 2009

CONTEÚDOS E ESTRUTURA DO TESTE

1.5.2 – Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas

2- O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30.
2.1 – A grande depressão e o seu impacto social
2.2 – As opções totalitárias
2.2.1 – Os fascismos, teoria e prática
2.2.2 – O estalinismo
2.3 – A resistência das democracias liberais
2.3.1 – O intervencionismo do estado – o New Deal
2.3.2 – Os governos de Frente Popular e a mobilização dos cidadãos
2.4 – A dimensão social e política da cultura
2.4.1 – A cultura de massas
2.4.2 – As preocupações sociais na literatura e na arte
2.4.3 – A cultura e o desporto ao serviço dos Estados

GRUPO I

1. 25 pontos
2. 25pontos

GRUPO II

1. 40 pontos
2. 40 pontos
3. 70 pontos

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CULTURA DE MASSAS

1. A Cultura de Massas e o Desejo de Evasão

Tradicionalmente, a noção de cultura era concebida como um fenómeno elitista, próprio de uma minoria prestigiada e dominante na sociedade, constituída por indivíduos poderosos e intelectualmente aptos.
Era vista como algo reservado às classes sociais mais elevadas, e, por isso, se chamava cultura de elites.
A partir do séc. XX a cultura de elites foi substituída por uma cultura de massas, graças aos meios de comunicação de massas que investiram numa «indústria cultural» dirigida às grandes massas.
Esta visava a ocupação dos tempos livres dos trabalhadores, procurando também compensá-los da monotonia e solidão das sociedades modernas. A cultura passava assim a ser pensada com vista a chegar às
grandes massas, enquanto bens de consumo culturais.
Este alargamento da cultura às grandes massas resultou da conjugação de vários factores: a melhoria das condições de vida dos trabalhadores; a sua alfabetização com a obrigatoriedade do ensino primário; e o aparecimento dos novos meios de comunicação como a rádio, o cinema, a imprensa.
Características da cultura de massas:
 é difundida pelos mass media;
 é multifacetada, quer nos conteúdos, quer nas formas que apresenta;
 é superficial na abordagem dos temas;
 interessa-se pelo imediato, cultivando a novidade;
 é de duração efémera;
 é uma cultura de evasão (através dela os indivíduos abstraem-se dos seus problemas quotidianos);
 contribui para a estandardização dos comportamentos, pois divulga determinadas atitudes e princípios aceites pela sociedade e que apontam para um "tipo de pessoa média."

Principais Manifestações da Cultura de Massas:

1. A MÚSICA LIGEIRA

Na década de 20, o desenvolvimento da rádio e da indústria de discos e gramofones fizeram divulgar a música que veio a atingir grande popularidade junto das massas.
Paralelamente à música clássica, desenvolve-se a música ligeira, com ritmos relacionados com a agitação da vida urbana.
Surgiram novos géneros musicais como o jazz, o swing, os blues, o rock, e o pop, entre outros.
Destacaram-se Elvis Presley e grupos musicais como «Os Beatles», nos anos 60.

2. OS ESPECTÁCULOS DESPORTIVOS

No século XIX, o desporto era praticado apenas por elites, mas com a entrada no século XX vai ganhar um número crescente de praticantes e de adeptos, tornando-se o espectáculo favorito das multidões.
Nos finais do século XIX, foi retomada a ideia helenista dos Jogos Olímpicos, com o intuito de mundializar o desporto. Os I Jogos Olímpicos da Era Moderna têm lugar em Atenas, em 1896 e os II têm lugar em Paris, em
1900, no ano da Exposição Universal.
Modalidades como o futebol, o ciclismo e o automobilismo registaram nesta época um grande aumento da sua popularidade, transformando-se em desportos de massas. Outras modalidades surgem também como o ténis de mesa, o esqui, o boxe e a natação.
Muitos destes desportos, sobretudo o futebol, considerados actividades de lazer, rapidamente se transformam em grandes negócios, movimentando milhões e com efeitos em vários sectores económicos.
Os espectáculos desportivos, pelo imenso apoio popular que os rodeiam, acabam por se transformar também em espectáculos muito emotivos, cheios de emoção, de combatividade e de antagonismo.
Tal situação, vai fazer do desporto um escape para a canalização e libertação de tensões diárias, acumuladas na vida profissional, social e familiar. Através do desporto, atletas e espectadores descarregam no
espectáculo sobre os adversários, árbitros e autoridades policiais, tensões e frustrações acumuladas no dia-a-dia.
Deste modo, o desporto passou a ser, para as massas, além de uma forma de lazer, também uma forma de evasão da dureza do quotidiano, tornando-se, por isso, muito útil no controle das tensões sociais e políticas
nas sociedades modernas. A eventual revolta social canalizar-se-ia assim, não para motins e revoluções, mas para inofensivos espectáculos desportivos.

3. O CINEMA E O SEU IMAGINÁRIO MÍTICO

Surgiu ainda no séc. XIX, com os irmãos Lumière. Era, inicialmente, mudo e só se tornou sonoro no fim dos anos 20. A sua técnica foi, depois, desenvolvido por Édison, nos E.U.A.
O cinema mudo rapidamente se transformou em sonoro e as cores rapidamente invadiram o écran.
Começando por ser uma forma de arte, o cinema transformou-se também numa indústria que vai conhecer um desenvolvimento sem precedentes, atraindo largas multidões fascinadas. Sendo uma forma barata
de diversão, o cinema iria ganhar cada vez mais público, à medida que os desenvolvimentos técnicos traziam para junto das pessoas mundos e imagens de uma riqueza inatingível, fornecendo uma forma de escape à
monotonia do dia-a-dia, uma fuga aos seus próprios problemas.
O desejo de evasão manifestado pelas massas foi alimentado pelos próprios meios de comunicação, que criavam histórias felizes e personagens com vidas perfeitas.
Com o cinema vieram as estrelas de cinema, adoradas por milhões, desejosos de copiar a forma como viviam. Em torno dessas estrelas criaramse verdadeiros mitos.
Os actores atraíam de tal forma o grande público que garantiam por si só o sucesso de um filme e ajudavam a reforçar o imaginário mítico, já que prolongavam a ficção do ecrã para a vida real. Passavam a ser considerados seres simultaneamente humanos e divinos, pois viviam no écran situações que muitos homens e mulheres gostariam de viver. Através deles, os homens sonham, esquecendo as tristezas da sua vida desinteressante. O cinema transforma-se assim no sonho imaginário.
Mesmo nos piores momentos de depressão, havia dinheiro para fugir às privações e entrar no mundo maravilhoso do cinema, pois quanto piores fossem os tempos, mais arrebatadores e grandiosos eram os filmes.
Entre as estrelas mais «adorados» pelas multidões encontravam-se Rudolfo Valentino, Greta Garbo, Clark Gable, Mae West, Marlene Dietrich e Marilyn Monroe.
Destacaram-se no cinema realizadores como Charles Chaplin, Sergei Eisenstein, Joseph Von Steinberg, Jean Renoir, Alfred Hitchcock e Walt Disney.
O grande impacto do cinema no público transformou o cinema num poderoso meio de difusão de modelos socioculturais, levando-o a impor modelos de comportamento seguidos pelos espectadores (estilo de vida,
moda, maneiras de estar e de falar, ideologias).
O cinema foi também muito utilizado pelos Estados para fins de propaganda ideológica. Na II Grande Guerra, foi usado como arma de propaganda contra as potências inimigas. Tanto Aliados como as potências
do Eixo usavam histórias do passado para fazerem prevalecer os ideais do presente.
EM PORTUGAL O cinema surgiu ainda no século XIX, graças a Aurélio dos Reis, que apresentou no Porto os seus primeiros filmes mudos. O cinema deixa a pouco e pouco a fase de exibições de feira em feira, para passar a ser uma verdadeira "indústria cinematográfica" com uma divulgação mais
alargada.
O sucesso do cinema mudo português surgiu com filmes como «Maria do Mar» (Leitão de Barros) e «Douro» (Manoel de Oliveira). Os primeiros filmes sonoros foram «A Severa» (Leitão de Barros) e «A Canção de Lisboa» (Cottinelli Telmo).
Tal como as restantes actividades artísticas, o cinema não escapou ao controle do regime do Estado Novo, passando, a partir de 1935, a depender do Secretariado da Propaganda Nacional e a ser alvo da censura. A ideologia conservadora estava presente nas personagens e histórias dos filmes da época, fazendo-se sempre o elogio de princípios como a ordem, a autoridade, o papel passivo da mulher, a exaltação do império, dos heróis nacionais e da vida rural.
Tal era visível em filmes políticos como «A Revolução de Maio», «Feitiço do Império», filmes de fundo bucólico como «As Pupilas do Senhor Reitor» , «Maria Papoila» e comédias urbanas lisboetas como «O Pai Tirano» e «O Pátio das Cantigas».
O cinema português entra em decadência a partir dos anos 50, na sequência da vigilância apertada da censura do Estado Novo.

4. A LITERATURA POLICIAL e a BANDA DESENHADA

Também os escritores criaram géneros literários dirigidos às grandes massas criando, na primeira metade do século XX, dois géneros muito diferentes que vão ganhar muita popularidade:
- a Novela Policial, onde se explora o gosto das massas pelo «suspense».
Os seus principais criadores foram Agatha Christie («Miss Maple» e «Inspector Poirot») e Georges Simenon ( «O Comissário Maigret»).
- a Banda Desenhada, a história em quadradinhos, que se tornou um grande sucesso. A junção da imagem (muito rica) e do texto (leitura fácil) captou, de imediato as crianças e um público adulto menos letrado. As suas personagens mais famosas foram: Super-Homem, Mandrake, Fantasma, Tarzan, Tio Patinhas e Pato Donald, entre outros, que se transformaram em verdadeiros heróis internacionais.
2. Os Mass Media, veículos de modelos sócio-culturais Nos inícios do séc. XX, surgem novos meios de comunicação que se vão designar como os mass media. São a imprensa escrita, a rádio, o cinema e a
televisão. Como permitem difundir para um público muito numeroso e variado uma quantidade maciça de informação, vão ter um papel muito importante nas sociedades modernas. O seu papel é variado:
- difundem a informação;
- promovem a cultura;
- contribuem para a educação;
- divulgam a publicidade;
- são utilizados na propaganda política.
Assumem, por isso, um papel de relevo na formação da opinião pública, o que os torna muito cobiçados pelos poderes políticos e económicos.
Para além disso, o facto de pretenderem atingir toda a gente, contribuem para provocar uma estandardização/uniformização de comportamentos, pois a sociedade tende a imitar os modelos/padrões de
conduta que são divulgados nesses meios de comunicação.
Imprensa Escrita
Foi o principal meio de informação pública nas primeiras décadas do século XX. A sua crescente difusão resulta de:
- aperfeiçoamento das técnicas de impressão, possibilitando impressão de jornais em escalas elevadas;
- novos meios de transporte, nomeadamente o comboio que permitiram o transporte dos jornais a todos os locais;
- número crescente de leitores devido ao aumento do seu nível de vida e ao cada vez maior número de alfabetizados, com o ensino obrigatório;
- o recurso à publicidade nos jornais que contribuiu para um maior equilíbrio das empresas jornalísticas, dando-lhes mais independência face ao poder político;
A imprensa especializa-se conforme os gostos do público. Surgem jornais noticiosos, desportivos, femininos, infantis. Os grandes jornais têm também diferentes secções, procurando captar diferentes públicos. Surgem
também revistas femininas, revistas de cinema ou de arte.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

AS OPÇÕES TOTALITÁRIAS

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, parecia que a democracia liberal se ia impor em todos os países da Europa. Na realidade, porém, o período entre as duas guerras acabou por ser um período negro para a demografia europeia.
Por toda a parte, desenvolveram-se os movimentos políticos de extrema-direita favoráveis ao autoritarismo, isto é, movimentos políticos que atacavam a democracia parlamentar e propunham a implantação de ditaduras. Na Rússia soviética, o totalitarismo adquiriu uma feição revolucionária: nasceu da aplicação do marxismo-leninismo e culminou no estalinismo. Já na Itália e posteriormente na Alemanha, o Estado totalitário foi produto do fascismo e do nazismo e revestiu um cariz mais conservador.

OS FASCISMOS: TEORIA E PRÁTICAS

Dos movimentos de extrema-direita europeus, o primeiro a conseguir tomar o poder foi, o Partido Nacional Fascista, em Itália. A expressão fascismos passou, depois, a ser usada de forma mais geral para caracterizar partidos e regimes políticos de outros países, com semelhanças com o exemplo Italiano.

As características fundamentais do fascismo eram:

Rejeitam
· o individualismo, o respeito pelos direitos do Homem e pela dignidade humana, pois os direitos do indivíduo tinham de estar submetidos ao interesse do Estado;

· o principio liberal da igualdade (defendiam a existência de raças superiores e que nasciam para comandar e outras inferiores que nasciam para obedecer);

· o principio liberal da liberdade, porque a liberdade era vista como uma forma de divisão e enfraquecimento do grupo;

· o principio liberal da fraternidade, porque os totalitarismos contêm em si a guerra que irão ser conduzidos a Europa e o Mundo;

· a democracia, pois era considerado um regime de fraqueza, assim como a escolha dos governantes pelo povo de inútil demagogia;

· o pluripartidarismo, que pões em causa a coesão e força d Nação e geram divisões e discussões;

· o socialismo e o comunismo porque: assentavam na luta de classes que conduz a divisões e enfraquecimento do corpo social, propõem formas de poder em que a maioria de indigentes nascidos para obedecer se sobrepõe às elites nascidas para governar,com a sua politica de internacionalização contrariam a coesão e a afirmação nacional;

· o liberalismos económico por privilegiar os interesses individuais contra os interesses do Estado.

Em antítese a estas negações, os totalitarismos afirmam:

· o ultranacionalismo, ao considerarem a Nação como um valor sagrado, um bem supremo;

· o imperialismo, ao defenderem que o nacionalismo deve ser altivo e ambicioso;

· o autoritarismo do Estado.

. contra os particularismos locais, afirmam a forte centralização do poder; o interesse colectivo sobre os interesses individuais, dos grupos profissionais ou das classes sociais.

Propõem regimes de ditadura, estados policiais em que a própria justiça é colocada às suas ordens, na esconjuração das impurezas nacionais, pela condenação mais pelas intenções dos acusados do que pelos seus actos;

· o culto do chefe, providencial, guia e salvador da Nação. O culto do chefe traduz-se pela difusão ilimitada da sua imagem em todos os sítios que a isso se proporcionem;

· o partido único na intermediação das relações entre o chefe e o povo, onde se forma a classe dirigente;

· o socialismo nacional na forma corporativista, considerado como a melhor arma para combater o internacionalismo comunista e a luta de classes. Contrapõe uma forma de socialismo através da qual os patrões e operários cooperam no mesmo objectivo de grandeza nacional, em vez de lutarem por interesses individuais;

· que o Estado deve ser auto-suficiente. É com o desenvolvimento da produção nacional que o Estado se pode tornar forte e independente, proporcionando emprego aos seus cidadãos.


ELITES E ENQUADRAMENTO DAS MASSAS

Homens providenciais ou super-homens, os chefes foram promovidos à categorização de heróis. Simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a Nação e guiavam os seus destinos. Deviam ser seguidos sem hesitação, prestando-se-lhes um verdadeiro culto que raiava a idolatria.
Mas as elites não incluíam apenas os chefes. Delas faziam parte a raça dominante, os soldados e as forças militares, os filiados no partido, os homens de uma forma geral. Consideradas cidadãs inferiores, às mulheres nazis, que estavam destinadas a vida de lar e a subordinação ao marido.
Numa sociedade profundamente hierarquizada e rígida, as elites mereciam o elevado respeito das massas. Em todos os locais, cabia-lhes veicular a ideologia dominante, assegurar o cumprimento estrito da ordem, manter a Nação submissa.
A obediência cega das massas obedeceu a pratica fascista, totalmente avessa a qualquer manifestação de vontade individual e de espírito crítico. Começava logo nos primeiros anos com a integração das crianças em organizações. Na Itália, depois de passarem por sucessivos escalões de formação, os jovens integravam, a partir dos 18 anos, as Juventudes Fascistas. Na Alemanha, entravam nas Juventudes Hitlerianas. Eram desta forma dada uma forte inculcação de valores nacionalistas e anticomunistas nas crianças e jovens.

A arregimentação de italianos e alemães prosseguia na idade adulta, deles esperando a total adesão e a identificação com o fascismo. Contava-se, para efeito, com diversas organizações de enquadramento de massas:

· o Partido Único (Nacional-Fascista – na Itália; Nacional Socialista – na Alemanha), cuja filiação se tornava indispensável para o desempenho das funções publicas e militares e de cargos de responsabilidade;
· a Frente do Trabalho Nacional-Socialista e as corporações italianas, que forneciam aos trabalhadores condições favoráveis na obtenção de emprego (substituíram os sindicatos livres, entretanto proibidos)
· a Dopolavoro na Itália e a Kraft durch Freud na Alemanha, associações destinadas a ocupar os tempos livres dos trabalhadores com actividades recreativas e culturais.

O Estado totalitário fascista investiu muito no controlo das mentes e das vontades. A propaganda mostrou-se como um forte auxilio. Uma gigantesca maquina de propaganda, apoiada nas então modernas técnicas audiovisuais, promovia o culto ao chefe, publicava as realizações do regime e submetia a cultura a critérios nacionalistas e até racistas.

O CULTO DA FORÇA E DA VIOLÊNCIA E A NEGAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

A violência esteve no âmago do fascismo e do nazismo. Ambas as ideologias repudiavam o legado racionalista e humanista da cultura ocidental.
A violência acompanhou, desde o inicio, a prática fascista. Na Itália, ainda Mussolini não conquistara o poder e já os esquadristas semeavam o pânico. Só mais tarde, os esquadristas foram reconhecidos oficialmente como milícias armadas do Partido Nacional-Fascista. Cabia-lhes vigiar, denunciar e reprimir qualquer acto conspiratório. Idênticas funções que competiam à policia politica.

O mesmo aparato repressivo e atentatório dos mais elementares direitos humanos à liberdade e à segurança teve lugar na Alemanha. O Partido Nacional-Socialista criou as Secções de Assalto (S.A.) e as Secções de Segurança (S.S.), milícias temidas pela brutalidade das suas acções.
Com a vitória do nazismo, as milícias e a polícia política (Gestapo) exerceram um controlo apertado sobre a população e a opinião pública. A criação dos campos de concentração, completou o dispositivo repressivo do nazismo. Administrados pela S.S. e pela Gestapo, neles se encerraram os opositores políticos.

O nazismo levou ao extremo o racismo que caracteriza ideologias fascistas. Os nazis acreditavam descender de uma raça superior, a raça ariana, a quem incumbia a obrigação de dominar o mundo pela eliminação das raças inferiores.

- A eugenia nazi
O primeiro objectivo do nazismo deveria ser a purificação da raça ariana pela selecção dos seus membros mais genuínos e eliminação dos impuros.
Para isso, desenvolveram profundos estudos para determinar as características da raça ariana e aplicaram as conclusões da analise dos tipos fisionómicos e mentais na depuração eugénica da raça. Isto é, encontrados os indivíduos perfeitos, machos e fêmeas eram acasalados e submetidos à aplicação rigorosa das leis da genética a fim de obter novos cidadãos dotados com as qualidades raciais superiores.
Ao mesmo tempo, deficientes mentais, doentes, portadores de qualquer deficiência ou debilidade eram esterilizados ou eliminados.

- O anti-semitismo
O passo seguinte da política racista alemã era preservar a pureza da raça pela eliminação das raças inferiores que a contaminavam. Entre todas, a mais inferior era constituída pelos judeus que acusavam de serem causadores de todos os males da sociedade. Por conseguinte, fizeram do seu extermínio um dos grandes objectivos políticos.
Numa primeira fase, os judeus foram segregados, boicotados, excluídos. Numa segunda fase, surgiram as primeiras investidas contra as suas pessoas e bens com destruições programadas dos seus locais de culto e de actividade económica, intensificando-se a sua segregação com o seu encerramento em guetos. Numa terceira fase, com o começo da Segunda Guerra Mundial, os judeus foram submetidos às mais humilhantes condições de trabalho e, finalmente, a um extermínio cientificamente preparado que se traduziu no genocídio de milhões de homens, mulheres e crianças nos campos de concentração.

A AUTARCIA COMO MODELOS ECONOMICO

Os totalitarismos cresceram à medida que se agravavam as condições económicas e financeiras de uma Europa destruída pela guerra e cresciam as promessas de solução de todos os problemas por ideologias fortemente nacionalistas.
Uma vez no poder, os regimes totalitários fizeram da auto-suficiência económica e da resolução do problema do desemprego poderosos veículos de afirmação do nacionalismo político. Era o ideal de autarcia traduzido na adopção de políticas económicas fortemente intervencionistas através das quais as actividades produtivas eram colocadas ao serviço do Estado.

- Na Itália:
Ganhou particular relevância o controlo da economia pelo enquadramento de todas as actividades laborais nas corporações.
Paralelamente, Mussolini ficou ligado ao lançamento de amplas campanhas de produção envolvidas por poderosas e, por vezes, espectaculares manifestações de propaganda em que os trabalhadores eram exortados a trabalhar intensamente de forma a conseguir altos níveis de produtividade. As mais famosas foram a “batalha de trigo”, visando o aumento da produção deste cereal, e as campanhas tendo em vista a recuperação de terras para a agricultura e a construção de grandes obras públicas.
As actividades industriais e comerciais passaram também por um forte controlo do Estado, já nos anos 30, com o lançamento de programas de industrialização e de controlo do volume das exportações e importações.
Os resultados dos programas económicos italianos foram positivos, todavia, o desenvolvimento do país foram conseguido à custa de grandes sacrifícios da população, quer em trabalho, quer em impostos, quer em sujeição a rigorosos racionamentos do consumo.

- Na Alemanha:
Hitler não divergiu substancialmente das políticas económicas adoptadas por Mussolini. Tornar a Alemanha independente dos empréstimos estrangeiros pelo relançamento da economia e, ao mesmo tempo, resolver o problema de 6 milhões de desempregados foram a bandeira da propaganda que levou os nazis ao poder. Para o conseguir, Hitler levou a cabo uma politica de grandes obras públicas, como a construção de auto-estradas e outras vias de comunicação e desenvolvimento do sector automóvel, aeronáutico, químico, siderúrgico e da energia eléctrica.
Relevante no combate ao desemprego e na captação da simpatia dos grandes industriais alemães foi o relançamento da indústria militar e a reconstituição do exército e da força aérea, contrariando as imposições de Versalhes. Nos finais da década, a Alemanha estava plenamente remilitarizada e preparada para se lançar na conquista da Europa.


O ESTALINISMO

Após a morte de Lenine, gera-se um problema de sucessão entre dois destacados membros da Direcção do Partido Comunista:
- Trotsky: líder carismático da revolução bolchevique;- Estaline: comissário do Povo para as Nacionalidades e mais tarde, secretário-geral do partido de paz.
Das duas estratégias propostas para os destinos políticos do Estado Soviético, venceu a tese proposta por Estaline que defendia a necessidade de consolidar a revolução primeiro no URSS, e só depois partir para a sua internacionalização.
Uma vez no poder, toda a sua acção política foi norteada por dois grandes objectivos:
- a construção da sociedade socialista; - a transformação da Rússia numa grande potência mundial.
Conseguiu a concretização destes através da colectivização dos campos, da planificação económica e do totalitarismo repressivo do Estado.

COLECTIVIZAÇÃO E PLANIFICAÇÃO DA ECONOMIA

A construção da sociedade socialista foi feita através de um regime totalitário, pela violência e pela força, centrado na colectivização dos campos e na planificação económica.
Lenine interrompeu o processo liberalizador instituído com a NEP e arrancou irreversivelmente para a nacionalização de todos os sectores da economia. Quase não havia propriedade privada na Rússia. O Estado apropriara-se da terra, do subsolo, das instalações fabris, do comércio, de capitais e de outros rendimentos de trabalho, transformando antigos proprietários em simples assalariados.
A oposição a este processo por parte dos kulaks e dos nepman provocou a repressão em massa da população de que resultaram milhões de mortos e deportados para campos de trabalho forçado em mais uma manifestação de força e autoridade do centralismo democrático estalinista.
Eliminada a propriedade privada dos meios de produção, o Estado soviético, seu único detentor em representação dos trabalhadores, implanta uma rigorosa planificação da economia.

A propriedade rural foi organizada segundo dois tipos de propriedade (quintas colectivas/cooperativas de produção) apoiados por parques de máquinas:
· Kokhoses – correspondiam a grandes propriedades agrícolas colectivas trabalhadas pelos camponeses, geralmente da mesma região, em regime cooperativo, sob administração de delegados do partido;
· Sovkhoses – grandes propriedades dirigidas directamente pelo estado, para qual a mão-de-obra trabalhava na qualidade de assalariado,

O comércio foi organizado à semelhança da propriedade rural em cooperativas de consumo local ou em grandes armazéns estatais.

A indústria foi o sector onde mais se fez sentir o rigor da planificação. Estaline desenvolveu uma planificação económica, denominada de Planos Quinquenais, com duração de cinco anos, onde estabeleceu os objectivos a atingir em cada etapa de crescimento:
- no primeiro plano (entre 1928 e 1933), deu prioridade absoluta à industria pesada. Pretendia proceder à criação dos sólidos fundamentos de futuros programas industriais que garantissem a independência económica do país. Fomentou a construção de grandes complexos siderúrgicos, hidroeléctricos, fabris, de redes de comunicações, exploração de matérias-primas e produção de alimentos;
- no segundo plano (1933 a 1938), o objectivo foi o desenvolvimento da industria ligeira e alimentar, de forma a proporcionar melhor qualidade de vida às populações;
- o terceiro plano, previsto para os cinco anos seguintes, visava o sector energético e as industrias químicas, mas foi interrompido em 1939 com o começo da Segunda Guerra Mundial.

Os planos forma retomados depois da guerra, mas os objectivos foram de recuperação económica do país e a investigação científica, no ambiente de Guerra Fria.
A concretização e o sucesso dos planos construíram outra manifestação da autoridade central. Com efeito, considerando as dificuldades estruturais em que decorreu, a industrialização estalinista só foi possível:
· através de uma forte disciplina que passava pela imposição de trabalhos forçados;
· por deportações em massa de trabalhadores através da instituição de prémios, que podiam ir até à glorificação pública;
· pela propaganda que instituiu o culto a Estaline e ao Estado soviético.


O TOTALITARISMO ESTALINISTA

O Estado estalinista revelou-se omnipotente e totalitário:
- Todas as regiões foram russificadas e submetidas a Moscovo.
- Os cidadãos viram-se privados de liberdades fundamentais. Toda a sociedade ficou enquadrada em organizações que a vigiavam, desde os jovens, inscritos nos Pioneiros e, depois, nas Juventudes Comunistas, aos trabalhadores, obrigatoriamente filiados nos sindicatos afectos ao Partido Comunista.
- Só o Partido Comunista monopolizava o poder politico: às eleições apenas se apresentavam os candidatos por ele propostos; por sua vez, o centralismo democrático permitia-lhe o controlo dos órgãos do Estado.
- A superintendência da economia cabia ao Estado: fazia-o através da colectivização e da planificação.
- A própria cultura foi obrigada a exaltar a grandeza do Estado soviético e a render culto à personalidade do seu chefe, Estaline.
Com efeito, com Estaline, o centralismo democrático evoluiu para a ditadura. Mas não foi para a ditadura do proletariado, como propunham as teses marxistas, foi para a ditadura do Partido Comunista.
A partir de 1924, Estaline empreendeu uma maquiavélica perseguição a todos os que revelassem possibilidades de lhe fazer oposição. Levando a cabo sucessivas purgas, através de processos obscuros, eliminou todos os potenciais concorrentes ao poder, incluindo antigos e importantes intervenientes no processo revolucionários, conseguindo que praticamente todos fossem afastados do partido.
O Partido Comunista transformou-se, pois, num partido de quadros, profundamente burocratizado e disciplinado, o que facilitava o reforço dos poderes do Estado.
O Estado totalitário, alicerçado na ditadura do Partido Comunista, aguentou-se à custa de uma repressão brutal, levada a cabo pela NKVD, a nova polícia política. A partir de 1934, a URSS enveredou pela repressão crónica, caracterizada pelas purgas e pelos processos políticos.
Até ao fim da década, dois milhões de pessoas sofreram a deportação para os campos de trabalhos forçados e setecentas mil foram executadas. A ditadura estalinista ficaria associada a um dos regimes mais despóticos da História da Humanidade.


* Explica em que consistiu o eugenismo e anti-semitismo nazi

* Caracteriza o modelo económico seguido pelos totalitarismos fascistas

sábado, 24 de outubro de 2009

ESTRUTURA / COTAÇÕES / CONTEÚDOS DO TESTE

2 GRUPOS

GRUPO I

Um documento e duas questões (25 + 70 pontos)


GRUPO II

Dois documentos e duas questões (40 + 65 pontos)

Conteúdos:
1- As transformações das primeiras décadas do século XX
1.1 – Um novo equilíbrio global
1.1.1 – A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. A Sociedade das Nações
1.1.2 – A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos Estados unidos
1.2 – A implantação do marxismo-leninismo na Rússia: a construção do modelo soviético
1.2.1 – 1917: O ano das revoluções
1.2.2 – Da democracia dos sovietes ao centralismo democrático
1.3 – A regressão do demoliberalismo
1.3.1 – O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos movimentos sociais; emergência de autoritarismos
1.4 – Mutações nos comportamentos e na cultura
1.4.1 – As transformações da vida urbana
1.4.2 – A descrença no pensamento positivista e as novas concepções científicas
1.4.3 – As vanguardas: rupturas com os cânones das artes e da literatura
1.5 – Portugal no primeiro pós-guerra
1.5.1 – As dificuldades económicas e a instabilidade política e social; a falência da primeira República

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DA 1ª REPÚBLICA À DITADURA MILITAR

Crise e Queda da Monarquia
Nos finais do século XIX, vivia-se em Portugal uma crise económica e social e grande instabilidade política.Em 1880, as comemorações do tricentenário da morte de Camões foram aproveitadas pelo Partido Republicano para a divulgação das respectivas ideias e para provocar agitação social.Em 1890, o ultimato inglês, enviado pela Inglaterra a Portugal, por causa dos territórios entre Angola e Moçambique, e a cedência do Governo português provocaram um grande descontentamento e agitação. A contestação à Monarquia e à Inglaterra foi grande.
Fizeram-se manifestações, comícios, escreveram-se artigos de opinião. Numa récita no Teatro Avenida, em Lisboa, ouviu-se, pela primeira vez, "A Portuguesa" que, com ligeiras alterações, passou a ser o Hino Nacional, depois de implantada a República.O Governo respondeu com a repressão.Em 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto, deu-se a primeira tentativa de implantação da República, revolta que fracassou.
Mataram o Rei!
Para tentar resolver a crise financeira (aumento do custo de vida - inflação), que se juntara à crise política, D.Carlos chamou, para o Governo, João Franco que viria a instaurar um regime ditatorial. O descontentamento aumentou e, em 1908, deu-se o regicídio do rei D.Carlos e do príncipe Luís Filipe.Sucedeu-lhe no trono D.Manuel II, filho mais novo de D.Carlos, que demitiu João Franco. Apesar de conceder liberdades à Oposição, o descontentamento continuou a aumentar, tendo sido aproveitado pela Carbonária, pela Maçonaria e, sobretudo, pelo Partido Republicano.
A Revolução Republicana
Foi na noite de 4 de Outubro de 1910 que eclodiu a revolução republicana, preparada por um grupo de oficiais, sargentos e civis, organizados em torno da Carbonária. Seriam levados a cabo três ataques simultâneos: ao Palácio Real das Necessidades, ao Quartel-General e ao Quartel do Carmo.Os combatentes republicanos, comandados por Machado Santos, concentraram-se na Rotunda de Lisboa. A Guarda Municipal e tropas fiéis ao rei juntaram-se no Rossio.As tropas monárquicas ofereceram resistências, mas os combatentes da Rotunda saíram vitoriosos. Foi então que a Marinha decidiu passar à acção, bombardeando o Rossio e o Palácio das Necessidades, provocando a fuga da família real para a Ericeira, de onde embarcou para a Inglaterra.José Relvas, da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, proclamou a implantação da república. Como afirmava um jornalista da época, “o resto do País soube da implantação da república por telegrama”; aceitaram-na e, em muitas povoações, as pessoas regozijaram-se com o acontecimento.Acabava de nascer a 1ª República Portuguesa.
1911 – Constituição Republicana
Implantada a República, foi constituído um Governo Provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga. O Governo Provisório elaborou um conjunto de leis que visavam, entre outros, os seguintes domínios: separação da Igreja e do Estado e protecção à família. Quanto à separação da Igreja e do Estado, a legislação incidiu sobre a:- proibição do ensino religioso nas escolas;- expulsão das ordens religiosas;- nacionalização dos bens da Igreja.Quanto à família:- instituição do divórcio e casamento civil;- protecção dos filhos ilegítimos;- igualdade dos direitos da mulher,- protecção à infância e velhice;- regulamentação do direito à greve.Em 1911 foi eleita a Assembleia Nacional Constituinte que aprovou as leis elaboradas pelo Governo Provisório.Nesse mesmo ano foi aprovada a Constituição Republicana que consagrava a divisão tripartida dos poderes e esta elegeu o primeiro presidente da República Portuguesa – Dr. Manuel de Arriaga.
Portugal e a 1ª Guerra Mundial
Perante o deflagrar da 1ª Guerra Mundial, o Governo português não ficou indiferente.A 7 de Agosto de 1914, o Congresso, reunido extraordinariamente, aprovou uma declaração em que se reafirmava que Portugal não faltaria aos seus deveres impostos pela sua aliança com a Inglaterra. Foi depois decretada a organização de uma expedição militar, com destino a Angola e Moçambique.Estas colónias portuguesas, cobiçadas pela Alemanha desde os finais do século XIX, estavam a ser invadidas por tropas daquele país.Havia os que defendiam que, se Portugal entrasse na guerra ao lado dos Aliados, estes ajudariam a defender as nossas colónias (Angola e Moçambique), cobiçadas pelos Alemães, e ficaríamos mais fortalecidos internacionalmente.Mas também havia grupos (alguns republicanos e monárquicos) que se opunham.Grande parte da população portuguesa era inculta e analfabeta e desconhecia as causas da guerra e as razões que levavam Portugal a participar nela.Em 1916, a Inglaterra solicitou a Portugal o confisco de barcos alemães ancorados nos portos nacionais. Portugal atendeu o pedido e a Alemanha declarou-lhe guerra (9-3-1916).O Governo organizou o Corpo Expedicionário Português (CEP) para combater em França (1917-1918), ao mesmo tempo que eram enviadas tropas para Angola e Moçambique.Os soldados portugueses sofreram a dureza da guerra das trincheiras e as consequências dos ataques com gás tóxico.Foi ainda ao longo de 1918 (9 de Abril) que se desenrolou a Batalha de La Lys (França), em que, apesar de vencidas e de terem sofrido um número considerável de baixas, as tropas portuguesas se bateram corajosamente.Também ao largo dos Açores, o caça-minas “Augusto de Castilho” foi fundado por um submarino alemão, depois de ter resistido e respondido ao ataque.» O Fim da GuerraO final da guerra em 1918 foi recebido entusiasticamente pelos Portugueses. Contudo, a participação de Portugal na guerra provocou algumas alterações na vida social:- um elevado número de mortos (mais de dez mil, quer na Flandres, quer em Angola e Moçambique) e, como consequência, a diminuição de mão-de-obra; muitos combatentes regressaram inválidos, vítimas não só das armas de fogo mas também da utilização do gás;- a situação económica do país agravou-se: aumento do custo de vida, escassez de géneros, fome, aumento dos impostos, desemprego;- a morte de familiares e a crise económica causaram grande agitação social: greves, assaltos a estabelecimentos comerciais, etc;Apesar da crise em que mergulhou, Portugal conseguiu manter a posse das colónias.
A Queda da 1ª República
A Ditadura MilitarHavia grande instabilidade política, aproveitada pela Oposição , a par de uma crise económica. Esta situação agravou-se com a participação de Portugal na 1ª Grande Guerra.Os governos continuavam a suceder-se e começou a gerar-se a ideia de que o exército era a única força que poderia pôr ordem no país.Em 28 de Maio de 1926, o general Gomes da Costa revoltou-se em Braga e, com forças militares, dirigiu-se a Lisboa, tomando o poder, instaurando-se uma ditadura militar.Em 1928, o general Óscar Fragoso Carmona foi eleito presidente da República.A crise económica era grave e, para a solucionar, foi convidado, para ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar.Este conseguiu (a partir de 1928) suster a crise, mas submeteu todos os outros ministérios ao das Finanças.
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Sites com interesse:

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A EUROPA RUMO À AMÉRICA

" A Europa navega num mar de dinheiro falso; inflação; desemprego; desvalorização da moeda; colapso económico..."


Justifica a atracção que a América exerce sobre a Europa nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ANO LECTIVO 2009/2010

Mais um ano lectivo que inicia !!! para os alunos do 12º ano que deixaram a Esfa o desejo de muitos sucessos e que voltem sempre, especialmente para os meus alunos do 12º D e E que acompanhei durante vários anos....
Neste novo ano este blog continuará a servir de apoio à disciplina de História A...para os novos alunos o desejo de um excelente ano e que obtenham os resultados que desejam !!!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

FÉRIAS...FÉRIAS!!!!!

Finalmente as férias...sim porque para mim só chegaram agora...lá para o dia 28 vou até aos "algarves", inicialmente em Tavira e depois em Albufeira...espero muito calor, praia, diversão, descanso, leitura, comes e bebes...enfim são férias....depois mais uns dias pela aldeia para ver amigos e família e descansar....

Vão dando novidades... digam por onde andam e as vossas experiências de veraneio.... continuação de boas férias para todos.....

quinta-feira, 9 de julho de 2009

PARABÉNS !!!

Só hoje é que venho dar os parabéns a todos....mas mais vale tarde do que nunca !!! Queria dizer que estou muito orgulhoso pelas vossas notas em exame, na globalidade foram os melhores resultados da Esfa e provavelmente os melhores de sempre na disciplina de História....valeu a pena todo o trabalho que foi feito e fundamentalmente o vosso empenho e estudo.....estou muito feliz e orgulhoso de ter sido vosso professor estes anos todos....esqueçam algumas palavras mais azedas que vos disse....mas talvez tivessem sido uma boa forma de vos incentivar e assim mostrarem todo o vosso valor ....agora só vos desejo tudo de bom e um futuro risonho....



PARABÉNS....PARABÉNS.....



Agora posso repetir: são os melhores alunos do mundo.....um grande abraço e contem comigo para o que precisarem...a partir de agora já não sou o vosso professor...mas um amigo!!!!

Abraços e beijinhos !!!!!!!!!

domingo, 14 de junho de 2009

TEMAS DE APROFUNDAMENTO

Módulo 7:

1.1/1.2/1.4/1.5/2.2/2.3/2.5

Módulo 8:

1.2/2.1/2.2

Módulo 9:

1.2/2.1/3

domingo, 7 de junho de 2009

AULAS TERMINARAM

Terminaram as aulas mas não o ano lectivo...ainda faltam os exames. Para todos a continuação de um bom trabalho !!!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

TESTE

CONTEÚDOS

Modulo 7- (2.5) – Portugal: o Estado Novo

Modulo 8 – (1.2 )- O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar
(2) - Portugal do Autoritarismo à Democracia

Modulo 9 – Todos os pontos com excepção do 2.2.

ESTRUTURA/COTAÇÕES

Grupo I - 1 (25); 2 (25); 3 (65)

Grupo II - 1- (25); 2 (25); 3 (35)

terça-feira, 5 de maio de 2009

MASSACRE DE TIANAMEN


Em 1989, na China, em Pequim (Beijing), sucedeu-se o Protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen), mais conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, ou ainda Massacre de 4 de Junho.
Uma série de manifestações lideradas por estudantes na República Popular da China ocorreram entre os dias 15 de Abril e 4 de Junho de 1989. Os manifestantes (em torno de cem mil), eram oriundos de diferentes grupos, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas económicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. Os protestos consistiam em caminhadas pacíficas nas ruas de Pequim.
No dia 4 ocorreu a cena mais conhecida dos eventos: foi tirada a fotografia vencedora do World Press Photo de 1989, na qual é mostrada um jovem estudante parado no meio de uma avenida detendo a fileira de tanques que circulava por ela, em frente à porta da Cidade Proibida. Ainda, sua foto, estampou manchetes mundo afora e ganhou o Prêmio Pulitzer em 1990. Até hoje não se sabe o nome do rapaz, apelidado "Homem-tanque" ou "Rebelde Desconhecido", eleito pela Time como uma das pessoas mais influentes do século XX.Apesar dos esforços, até hoje os meios de comunicação ocidentais foram incapazes de identificar a figura solitária. A Revista Time o elogiou, considerando-o como uma das cem pessoas mais influentes do século XX. Pouco depois do incidente, o diário britânico Sunday Express o identificou como Wang Weilin, um estudante de 19 anos de idade; entretanto, a veracidade dessa identificação é duvidosa. Bruce Herschensohn, assistente especial do presidente dos Estados Unidos Richard Nixon e membro da equipe de Ronald Reagan, assegurou que ele foi executado catorze dias depois da revolta, por um pelotão de fuzilamento. Jan Wong escreveu que esse homem segue com vida e está escondido na área rural da China. William Bell, escritor canadense, assegura que o estudante se chamava Wang Aimin e foi executado em 9 de Junho.
O número de mortos e feridos segue sendo um segredo de estado. Um funcionário não identificado da Cruz Vermelha chinesa assegurou que houve 2.600 mortos, 2 mil cidadãos feridos e que se perdeu contacto com 400 soldados. O Comité Central de Associações Autónomas da Universidade de Tsinghua falou em 4 mil mortos e 30 mil feridos.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

PALESTRA: A REVOLUÇÃO DE ABRIL



No âmbito da disciplina de História A do 12º ano, realizou-se uma palestra no auditório da Esfa sobre a Revolução do 25 de Abril, proferida pelo coronel Gertrudes da Silva (capitão de Abril), que contextualizou historicamente a Revolução e que na primeiro pessoa deu testemunho dos acontecimentos, coloridos por alguns documentos pessoais. Numa plateia atenta, os alunos e professores presentes viveram 35 anos depois o dia da Liberdade, com um dos seus personagens. Dada a falta de tempo muitas questões ficaram por colocar, contudo, fica aqui a sugestão para deixarem um comentário sobre este momento.

Mais uma vez o nosso bem haja ao coronel Gertrudes da Silva.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O COLAPSO DO BLOCO SOVIÉTICO

COLAPSO DO BLOCO SOVIÉTICO
A segunda potência mundial, a URSS enfrentou, nos anos 80 um conjunto de problemas de difícil solução. O estado encontra-se fortemente centralizado e o partido comunista transformara-se numa instituição mais preocupada em garantir os seus privilégios do que promover o bem-estar da população. A governação de Brejnev provocara uma estagnação económica e deixara por explorar grande parte dos recursos da União Soviética. Os bens eram escassos e não satisfaziam a procura.
O investimento do estado soviético incidia no campo militar, sector essencial no contexto da Guerra Fria e deixava ao abandono uma indústria cada vez mais obsoleta.
Nos anos 80 perante o desmoronamento iminente da URSS, Mikhail Gorbatchev tentou evitar o colapso do regime comunista, procurando um entendimento com os Estados Unidos, diminuindo as perseguições politicas e modernizando o arcaico sector económico.
No campo político e social, Gorbatchev aplicou a Glasnost com o intuito de criar uma sociedade mais aberta e participativa o que permitiu a oposição expressar os seus pontos de vista e criticar o regime. Foi criado um parlamento eleito, no qual competia nomear o Presidente da Republica, apesar de o poder continuar centralizado no partido comunista. Na área económica implementou-se a perestroika para solucionar os graves problemas da economia. No plano diplomático, nomeação de Gorbatchev pôs termo a bipolarização do sistema político internacional.
As medidas adoptadas por Gorbatchev não evitaram o declínio da União Soviética, acabando por levá-la à implosão, em 1991. Três factores estiveram na base deste colapso: a falência económica e desmoronamento dos fundamentos ideológicos do sistema comunista e a proclamação de independência das republicas que integravam a URSS.
Em 1991 Gorbatchev declara a dissolução da URSS e demite-se das suas funções de Presidente. O desmoronamento da União Soviética da origem a CEI. Estas alterações na Rússia deram origem à queda do Muro de Berlim.

Perestroika
Política reformista conduzida, na década de 80, pelo presidente Mikhail Gorbachev, que abriu as portas à «implosão» do regime comunista instaurado na União Soviética, acarretando a renúncia à economia planificada e a consequente aceitação das regras do mercado livre, a instauração de um regime parlamentar e necessariamente a liberdade do funcionamento de partidos políticos, mas também provocou a desagregação da federação, por força de nacionalismos e irredentismos agressivos, responsáveis por numerosos conflitos sangrentos, alguns dos quais ainda se mantêm vivos, sem solução à vista (Chechénia, por exemplo). Na ordem externa, levou ao fim do bloco político-militar (Pacto de Varsóvia) e da organização económica supranacional dirigida pela extinta URSS (o COMECON) e, consequentemente, ao termo da Guerra Fria e ao apaziguamento da política internacional, particularmente no que diz respeito ao controle, armazenamento e experimentação das armas termonucleares. A dissolução do Bloco de Leste permitiu a reaproximação das duas Alemanhas e a sua reunificação numa única república. As alterações, especialmente as registadas no domínio da política externa, contribuíram grandemente para afastar o espectro de uma guerra que, temia-se, poderia ter início na Europa e alastrar a todo o mundo, provocando a extinção de todas as formas de vida no planeta.

A QUEDA DO MURO DE BERLIM
Com o colapso do bloco soviético é o fim do muro de Berlim.
O regime da RDA (Alemanha de Leste) entrou em colapso após a demissão de Eric Honecker em 1989. As manifestações que se sucederam culminaram com a queda do Muro de Berlim.
Os enormes fluxos migratórios da Alemanha de leste para a Alemanha de oeste, durante o Verão de 1989, tornaram-se impossíveis de controlar por isso a 9 de Novembro de 1989, teve que ser autorizada a livre circulação entre as duas partes de Berlim, e como consequência a destruição do Muro. Nessa noite os alemães de um e de outro lado da cidade subiram e dançaram em cima dele. Reinava a alegria, todos festejavam enquanto várias faixas do muro iam sendo cortadas e deitadas abaixo.
Nesse momento histórico não se estava apenas a deitar abaixo uma parede: a queda do Muro de Berlim significava a queda dos regimes comunistas, o fim da Guerra Fria e de toda a tensão mundial e a abertura ao mundo.
Em 1990, foi assinado, em Berlim um tratado de unificação entre os dois estados Alemães. A queda do Muro de Berlim provocou uma onda de choque que levou a derrocada dos regimes comunistas nos outros países de leste europeu.
Na euforia, muita gente não previu as futuras dificuldades por que a Alemanha iria atravessar.

A CRISE APÓS A QUEDA DO MURO
Desde o momento em que se abriram as fronteiras em Novembro de 1989 uma avalanche de modificações internas e externas ocorreram na Alemanha e mudanças radicais trouxeram uma nova situação para a relação de equilíbrio de poder no mundo. O desnível estrutural e social entre leste e oeste se fez cada vez mais visível. Também consta o surgimento de racismo e neonazismo nas relações em que se encontram na Alemanha reunificada, na qual os Alemães cultivam um sentimento de barreira virtual, mesmo após a queda do muro para com entre os Alemães de ambos os lados da Alemanha.
A Alemanha enfrentava graves problemas económicos: infra-estruturas inexistentes ou obsoletas, uma industria antiquada, habitações degradadas um sistema de distribuição e de comércio inoperante. O desfasamento entre o crescente número de consumidores privados de bens de consumo e a escassez de produtores provocou uma inflação galopante, aumentou a pobreza, o desemprego e permitiu o enriquecimento rápido e fácil das máfias através de tráficos ilícitos.
A anexação monetária (adopção do marco alemão ocidental) e o desejo de alcançar rapidamente o padrão de vida dos alemães-ocidentais eram a grande expectativa e o sonho da maioria da população oriental.
Estas foram as dificuldades que a Alemanha atravessou após a queda do Muro de Berlim.

sábado, 28 de março de 2009

BOAS FÉRIAS!!!

PARA TODOS UMAS GRANDES FÉRIAS...OS QUE ESTÃO POR CÁ E OS QUE FORAM NA VIAGEM DE FINALISTAS....DIVIRTAM-SE !!!

domingo, 15 de março de 2009

TESTE - ESTRUTURA

CONTEÚDOS:
Portugal do Autoritarismo à Democracia

ESTRUTURA:

I Grupo:

4 documentos

2 questões:
1- 30pontos
2- 70 pontos

II Grupo:

3 documentos

2 questões:
1- 25pontos
2- 75 pontos

sábado, 7 de março de 2009

VISITA DE ESTUDO

Aqui ficam os sites dos videos sobre a Visita de Estudo:

http://www.youtube.com/watch?v=oHEHcCxf7XY

segunda-feira, 2 de março de 2009

AS IMAGENS DA VISITA !!!

Mais uma visita de estudo....desta vez por terras de Amarante e do Porto. Muita arte, muito património, muita história...mas também muito convivio, amizade...aqui fica o registo com os melhores alunos da esfa...e não só!!!























segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

VISITA DE ESTUDO - AMARANTE e PORTO

26 e 27 de Fevereiro de 2009
ANOS/TURMAS: 12º C, D, E e 11º D - Prof. responsável: José Sidónio

Objectivos gerais:
- Sensibilizar os alunos para a preservação do património histórico-cultural.
- Desenvolver a sensibilidade estética e a criatividade.
- Reconhecer na arte uma necessidade do homem de todos os tempos.
- Estabelecer a ligação entre a herança cultural do passado com o presente.
- Motivar os alunos para conteúdos a leccionar e consolidar outros já adquiridos.
- Desenvolver o espírito crítico.
- Avaliar a importância dos museus e monumentos no processo de ensino-aprendizagem.
- Fomentar o convívio e as relações interpessoais professores/alunos e alunos/alunos.

Na visita que vais iniciar tem em conta o seguinte:
Observa com atenção todas as obras de arte e monumentos que vais ver.
Compara essas obras com outras que estudaste
Sempre que quiseres saber mais sobre aquilo que observas, deves procurar informar-te junto do professor.

ITINERÁRIO:
26 de Fevereiro - 8h 30m - Mangualde (ESFA) »»» 10h 45 - Amarante – Convento de S. Gonçalo »»» 11h 45 - Museu Amadeo de Souza Cardoso »» 13h (Almoço) »»» 14h – Visita ao Centro Histórico »»» 16h – Saída de Amarante »»» 17h - Porto - Torre dos Clérigos »»» 20h - Jantar na Pousada da Juventude
27 de Fevereiro - 9h 30m – Saída da Pousada »»» 10h – Visita ao Museu dos Transportes 11h - Visita ao Museu e Parque de Serralves »» 13h - almoço livre14h 30m »»» visita ao Palácio da Bolsa »»» 16 »» Visita à Igreja de S. Francisco 20h – Chegada prevista a Mangualde.

»»» Levar máquina fotográfica e material necessário para registar informação necessária para a elaboração do relatório da visita....entretanto devem procurar informação sobre os locais a visitar...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

DA REVOLUÇÃO À ESTABILIZAÇÃO DA DEMOCRACIA (1)

O MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS E A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO

ANTECEDENTES

- Primeiros anos da década de 70 a Guerra Colonial encontrava-se num impasse que começou a pesar sobre o exército.
- Dificuldades nas três frentes da guerra.
- Condenação internacional.
- António Spínola publica o livro «Portugal e o Futuro».
- Movimento de Oficiais.
Movimento dos Capitães, nasceu em Julho de 1973 como forma de protesto contra diplomas legais que regularizavam o acesso à carreira de oficial.
Vão pressionar o Governo a aceitar uma solução política para o problema africano.
Os generais Costa Gomes e Spínola apoiam o Movimento dos Capitães.
Marcello Caetano convoca os oficiais para uma sessão solene. Costa Gomes e Spínola não comparecem, sendo exonerados dos seus cargos.
Estes acontecimentos deram força àqueles que dentro do MFA acreditavam na urgência de um golpe militar, que restaurando as liberdades cívicas, permitisse a solução para o problema colonial.

OPERAÇÃO “FIM – REGIME” / A PREPARAÇÃO DO MOVIMENTO

- EM REUNIÃO OS OFICIAIS DECIDEM QUE:

- MELO ANTUNES
Prepara programa político e os objectivos do movimento
- OTELO SARAIVA DE CARVALHO
Prepara o plano das operações
- GARCIA SANTOS
Prepara o Anexo de transmissões
O golpe fica marcado para o período entre 22 e 29 de Abril.

O PLANO DE OPERAÇÕES
- Arranque 24 às 22h e 55m
Emissores Associados de Lisboa com uma frase que anuncia a hora e a canção «E depois do adeus» de Paulo de Carvalho.
- Confirmação: 25 às 0,20h da madrugada, na Rádio Renascença, leitura da primeira quadra:
Grândola Vila Morena
Terra da fraternidade
O povo é que mais ordena
Dentro de ti, ó cidade»…
- POSTO DE COMANDO – Regimento de Engenharia I da Pontinha
- OFICIAIS DO MFA:
– Otelo Saraiva de Carvalho
– Sanches Osório
– Garcia dos Santos
– Lopes Pires
– Victor Crespo
– Hugo dos Santos
Única falha no plano: Regimento de Cavalaria 7 não aderiu ao golpe.
Junto ao Terreiro do Paço, o destacamento da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, chefiada por Salgueiro Maia deparou-se com uma coluna de tanques do Regimento de Cavalaria 7 que saiu em defesa do regime.

REACÇÃO DO PODER E A VITÓRIA DO MOVIMENTO
-Marcelo Caetano e os ministros não encontram apoio nas forças fiéis ao regime nem no povo português.
- Hora H: 19,30 – no quartel do Carmo, Marcelo Caetano rende-se ao Capitão Salgueiro Maia.
- 1h e 30m – apresentação ao país através da televisão da Junta de Salvação Nacional, presidida por António Spínola e que governará o país.

JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL 1ªs DECISÕES
- Destituição do Presidente da República e de todos os membros do governo.
- Extinção da Acção Nacional Popular.
- Extinção da polícia política e prisão dos seus membros.
- Abolição da censura.
- Libertação de todos os presos políticos
- Regresso dos exilados.
- Substituição dos altos dirigentes da administração central e local.
- Autorização para formação de partidos políticos e sindicatos livres.

CONCRETIZAÇÃO DO PROGRAMA DO MFA
+ DESCOLONIZAR
– Negociações imediatas com os Movimentos de Libertação das colónias.
– Regresso ao país de 800 mil portugueses.
+ DEMOCRATIZAR
– Liberdade para a formação de partidos.
– Organização de eleições livres.
– Formação de uma Assembleia Constituinte (eleita em 25/4/75)

+ DESENVOLVER

CONSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA DE 1976
- Igualdade de todos perante a lei.
- Liberdade de expressão, reunião e imprensa.
- Liberdade de associação.
- Direito de voto
- Liberdade sindical.
- Direito à greve
- Direito ao trabalho, à segurança social e à protecção da saúde.
- Direito à educação.
- Distribuição dos poderes do Estado.
- Definição do poder local
- Estatuto da autonomia da Madeira e Açores.

DIFERENÇAS ENTRE A DITADURA E A DEMOCRACIA

+ DITADURA
– Estado autoritário
– Estado pluricontinental
– Estado centralizado
– Estado policial
– Presidencialismo do primeiro ministro
– Direitos constitucionais individuais anulados por decretos governamentais
– Corporativismo
– Monopartidarismo
– Recenseamento secreto e fraudulento
– Eleições sem liberdade

+ DEMOCRACIA
– Estado democrático
– Estado unitário
– Poder local e regiões autónomas
– Estado de direito
– Regime presidencial e parlamentar
– Direitos e liberdades protegidas
– Sindicalismo
– Pluripartidarismo
– Recenseamento público e transparente
– Eleições livres

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

DAS DITADURAS À REVOLUÇAO DE 1974

http://www.youtube.com/watch?v=6QSd9eM2ytE&feature=PlayList&p=4FCB8E99A9C5CAF7&index=4

ESTADO NOVO - SINTESE

Os quarenta e oito anos de vida política portuguesa subsequentes ao golpe militar de 28 de Maio de 1926, que liquidou os dezasseis anos da Primeira República, corporizaram um regime político que a si mesmo se qualificou como Estado Novo o qual, depois da chamada Ditadura Nacional, entre 1926 e 1933, vai durar até 25 de Abril de 1974, sendo marcado pelo poder pessoal de dois chefes do governos: primeiro, António de Oliveira Salazar, até 1968, e, depois, Marcello Caetano, nos últimos cinco anos e meio do modelo.
Tudo se desencadeou a partir de 27 de Abril de 1928, quando a primeira dessas personalidades, antigo deputado do Centro Católico e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, assumiu a pasta das finanças, instaurando aquilo que então se designou laudatoriamente como Ditadura das Finanças, um modelo que permitiu vencer o crónico défice orçamental português, gerando uma liquidez que deu crédito externo ao país e permitiu o lançamento de um grandioso plano de obras públicas, mesmo depois de sofrermos os efeitos da Grande Depressão, iniciada nos finais de 1929. Em 5 de Julho de 1932, o prestigiado ministro já ascende à chefia formal do Governo, começando, a partir de então, a institucionalizar-se um novo modelo de legalidade que se concretiza com a aprovação de uma nova Constituição, pelo plebiscito nacional de 19 de Março de 1933.
O novo regime, mesmo no contexto dos anos trinta, assumia-se de forma atípica. Salazar, com efeito, não emerge como um ditador clássico nem se configura como o chefe de um pronunciamento, dado que só a partir da gradual conquista do poder se vai constituindo um movimento político de apoio à situação, onde contou menos a cartilha de uma ideologia e mais o pragmatismo do líder de tal empirismo organizador que foi sucessivamente eliminando os bloqueios da componente militar do regime. Assim se compreende a adesão de uma nova geração de tecnocratas, desejosa de instaurar o admirável mundo novo do modernismo, não faltando o apoio esparso de seareiros, republicanos conservadores e até de alguns fundadores do próprio Partido Comunista Português.
Entre 1932 e 1945, o regime vai viver a euforias dos chamados anos áureos, marcados pelo autoritarismo, pelo milagre financeiro, pela política de obras públicas, pelo proteccionismo económico, pelo lançamento do Estado Providência e por uma hábil política de propaganda nacional, designada por política de espírito, onde se destacou António Ferro. Vai, em primeiro lugar, repor-se a autoridade do aparelho de Estado, superando-se o neofeudalismo de várias forças vivas que, constituíam verdadeiros Estados dentro do Estado. Assim, os partidos foram proibidos, as forças armadas passaram a depender da hierarquia do governo, a Maçonaria foi ilegalizada e mesmo a Igreja Católica teve de aceitar a laicização do Estado, não retomando, mesmo depois da Concordata de 1940, alguns dos privilégios que usufruía antes de 1910. O modelo salazarista foi essencialmente marcado pelo primado do executivo, dado que o formal presidencialismo bicéfalo era, na prática, um sistema de autoritarismo paternalista do Presidente do Conselho e onde os próprios Presidentes da República não passaram de venerandos Chefes de Estado, isto é, de meras figuras simbólicas. Curiosamente, o próprio partido único, a União Nacional, surgiu por decreto do Conselho de Ministros, de 30 de Julho de 1930. Contudo, apesar da ideologia oficial do regime se assumir como pleonasticamente antiliberal e antidemocrática, a Constituição de 1933, marcada por um programático corporativista, não cortou todas as ligações formais às tradições demoliberais, iniciadoras de uma legitimidade, segundo a qual a soberania reside essencialmente em a nação. A Assembleia Nacional continuou a ser eleita por sufrágio universal e directo e não deixou de estruturar-se um sistema de direitos individuais que só a prática política e a legislação ordinária vieram minimizar e, em muitos casos, suprimir. Por seu lado, a Câmara Corporativa, nunca veio a passar o nível de órgão consultivo de carácter técnico. Para além do milagre financeiro, o Estado Novo enveredou por uma política de obras públicas que retomou o modelo de Fontes Pereira de Melo, com construção de estradas, pontes, barragens, bairros económicos, portos e aeroportos, onde se destacou o ministro Duarte Pacheco, concretizando-se um programa que permitiu o lançamento das infra-estruturas que sustentarão a nossa revolução industrial que, só nos anos sessenta vem a adquirir contornos significativos.
No tocante ao fomento económico, abandonou-se a timidez liberalista da Primeira República e passou a assumir-se um claro intervencionismo, de acordo com o chamado Estado-Providência. Retomando-se o socialismo catedrático de Napoleão III e Bismarck que, entre nós, tivera como principal prócere Oliveira Martins, estabeleceu-se um regime de coordenação e disciplina da iniciativa privada pelo aparelho estadual, além de se terem lançado as linhas gerais do planeamento. Levou-se também à prática uma ousada política social que venceu a fome, impôs um efectivo horário de trabalho e promoveu a habitação social, superando-se a fase da casuística caridade estadual e criando-se pela primeira vez um real sistema de segurança social. Marcado pelas doutrinas da encíclica Rerum Novarum e pelos modelos da Escola Social de Fréderic le Play, o Estado Novo vai também assumir-se como uma espécie de ecologismo avant la lêtre, defendendo o viver habitualmente de uma sociedade rural e provinciana, adversa ao individualismo e ao industrialismo futuristas, como transparece nos filmes do período, com destaque para A Aldeia da Roupa Branca e O Pátio das Cantigas. Salazar não se assume como o herdeiro do Marquês de Pombal, mas antes como o detentor da magistratura extraordinária de um principado que suspendeu o regime republicano, onde o principal dos cidadãos, mais paternalista do que totalitarista, não passou do tal presidente de ministério que faltou ao rei D. Carlos para fazer regressar a monarquia aos tempos de D. João III, promovendo uma espécie de nova Contra-Reforma comandada por lentes de leis e com uma legião quase missionária de sargentos e bacharéis. Parafraseando o que ele próprio confessou a Manuel Múrias, diremos que foi o Primeiro Ministro de um rei absoluto que não houve.

Depois da segunda guerra mundial, o regime do Estado Novo, ficou isolado numa Europa Ocidental marcada pela euforia da restauração das democracias e da reconstrução económica, perdendo muito do que, na década de trinta, tinha de criativamente reformista e entrando na rotina da sobrevivência. Isto é, deixou de haver uma revolução nacional e passou-se ao regime da mera situação. Atingiu-se, deste modo, o extremo do hibridismo e o próprio Salazar tratou de considerar o regime como uma democracia orgânica, um sistema ideologicamente hesitante, mas firme no plano da praxis que, se deixava de ter uma doutrina, não deixava de ser uma força, onde o elemento aglutinador era, sobretudo, a obediência à bissectriz do conglomerado de forças que constituía o regime.. De facto, os condicionamentos geopolíticos impediam o livre desenvolvimento da semente corporativa do salazarismo, que foi condenado a murchar doutrinariamente. Sucedeu uma espécie de desertificação da sociedade civil, onde funcionava o temor reverencial. Contrariamente ao quem não por mim é contra mim dos totalitarismos, este modelo autoritário preferia o quem não é contra mim, é a meu favor, que, através de subtis processos de condicionamento psicológico gerou o menos policiesco de todos os aparelhos ditatoriais. Se não havia um Estado de Direito, não deixava de existir um Estado de Legalidade, tal como, no plano económico, não existia uma economia de mercado, apesar de funcionar em pleno um regime de economia privada. De qualquer maneira, o modelo, se propunha uma certa concepção do mundo e da vida, à maneira dos Estados éticos, nunca caiu na tentação de a impôr, permitindo a manutenção daquilo que o Professor Adriano Moreira tem qualificado como democracia da sociedade civil. Apesar de tudo, o regime não foi condenado à quarentena que marcava o franquismo em Espanha e, graças à política de neutralidade colaborante praticada face ao aliados durante a Segunda Guerra Mundial e por pressão da guerra fria, o regime pôde participar na fundação da NATO, da União Europeia de Pagamentos, da OECE e da EFTA, assumindo um acordo de associação com a CEE, em 1972.
Entre 1945 e os começos da década de sessenta, o regime transformou-se num situacionismo que ensaiou os modelos do Estado de Segurança Nacional dos tempos da guerra fria. Se a oposição, herdeira do reviralhismo republicano e da unidade antifascista entrou em refluxo, eis que se deu uma alteração nas antigas forças vivas apoiantes do Estado Novo, emergindo uma oposição católica e alguns movimentos monárquicos e conservadores que se independentizaram do regime, bem como um forte movimento operário marcado pela doutrina social da Igreja Católica. É também no período que se torna dominante, entre o oposicionismo, a capacidade organizacional do Partido Comunista Português, intimamente ligado ao sovietismo e dotado de um aparelho clandestino bastante eficaz que pôde resistir à repressão da polícia política.
Contudo, a guerra colonial ou das campanhas de África, desencadeada a partir de 1961, vai alterar todo o processo do regime e das oposições. Com efeito, o empenhamento militar vai sacudir um Portugal adormecido e o velho instinto de legítima defesa faz cerrar fileiras em torno de quem então chefiava a nação, de tal maneira que republicanos ultramarinistas e até militantes do velho Partido Socialista aparecem a apoiar o esforço de defesa do espaço ultramarino português. O inimigo exterior que subsidiava e apoiava as guerrilhas vai enfraquecer os inimigos interiores do salazarismo que, em nome do Portugal uno e indivisível, do Minho a Timor, como que vai renascer das cinzas e tentar um reformismo, bem simbolizado na acção de Adriano Moreira, na pasta do Ultramar, entre Abril de 1961 e Dezembro de 1964. Serão treze longos anos de guerra em três frentes de batalha africana e de guerra psicológica entre todos os portugueses e dentro de cada português, uma guerra que, no fim, vai ser perdida, não pela derrota militar no campo de batalha, mas pela derrota política nos meandros de uma revolução que transformou os portugueses e os africanos até então sujeitos à soberania portuguesa, em peões do xadrez das superpotências, surgindo uma das graves crises da identidade nacional que vai fazer regredir o espaço territorial português às fronteiras medievais.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

TESTE - RESPOSTAS

RESPOSTAS DO TESTE / ASPECTOS ESSENCIAS

Grupo 1
1- O crescimento económico do Japão após a Segunda Guerra Mundial. A alta taxa de crescimento (superior a 10%, na década de 60) evidenciada pelo gráfico. O Japão, terceira potência económica mundial.
Os factores do êxito japonês: ajuda inicial dos EUA; factores políticos (estabilidade, actuação do governo, grande investimento); factores económicos ( grande dinamismo na indústria pesada e dos bens duradouros, crescimento do comércio externo, grande aposta na tecnologia); factor humano e organizacional mentalidade dos empresários e dos trabalhadores nipónicos, grande crescimento populacional, sistema de ensino competitivo, lealdade dos funcionários).

2- O mapa mostra a linha que divide as duas zonas de influência na Europa, a comunista, de influência soviética, e a capitalista, de influência americana. A primeira engloba os países satélites da URSS, a «cortina de ferro», como lhe chamou Churchill (RDA, Polónia, Checoslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária; a Jugoslávia, embora comunista, afastou-se); a segunda, os países ocidentais como a Itália, a Áustria, a RFA, etc. Há ainda países que, mais tarde, vieram a afirmar-se pró-ocidentais (Portugal, Espanha e Turquia), ainda não vinculados em 1945.

3- Interpretação das fontes
Mapa e caricatura
Diferenças ideológicas
Os dois blocos - o comunista e o capitalista - apresentam diferenças ideológicas claras. O primeiro assenta no regime de partido único e no centralismo democrático, na colectivização e planificação da economia, na repressão das liberdades individuais e na procura de uma sociedade sem classes; o segundo baseia-se no regime representativo, na economia de mercado (propriedade privada e livre iniciativa}, na garantia das liberdades individuais e na sociedade de classes.
Origens da Guerra Fria
A tensão entre os blocos surgiu com a instalação, nos países de Leste, de regimes pró-soviéticos, o que levou Churchill a apelidá-los de «cortina de ferro". Os americanos responderam com a doutrina Truman para conter esse expansionismo, seguida do Plano Marshall; os soviéticos acusaram os americanos de quererem dominar o mundo e apelaram ao movimento comunista para resistir a este processo. O bloqueio a Berlim (1948/49) pêlos soviéticos e a criação da NATO por influência dos americanos, a que os russos responderam com o Pacto de Varsóvia, finalizou esta primeira fase da Guerra Fria.
Nova ordem económica
As novas regras da economia internacional foram definidas em Bretton Woods, onde foi estabelecido um novo sistema monetário baseado na fixação da paridade das moedas em relação ao padrão-ouro (ou em dólares), impedindo a livre manipulação do valor da moeda; foi criado o Fundo Monetário Internacional para garantir a estabilidade do sistema monetário; foi criado o BIRD para ajuda à reconstrução das economias devastadas pela guerra; e decidida a criação de uma organização com o objectivo de reduzir obstáculos à livre circulação de mercadorias, o que conduziu ao GATT e à OMC.

Grupo 2
1-Em 1950, Jean Monnet está preocupado com os "impasses" em que o mundo continua envolvido cinco anos após o fim de mais um conflito em que a Europa voltou a ser a principal vítima. Considera muitos e complicados os problemas que dificultam o estabelecimento da paz: é o quadro de Guerra Fria que parece conduzir o mundo para um terceiro conflito à escala mundial; é o complicado problema da divisão administrativa da Alemanha, cada vez mais o símbolo da confrontação entre os dois blocos; são as dificuldades da recuperação da França; é o problema da reorganização geopolítica da Europa, em geral, e da França, em particular.

2- A formação de uma comunidade económica no Ocidente europeu, nos anos 50 do século XX, constitui, em termos gerais e como sugere o seu mentor, mais uma manifestação de afirmação de novas potências num quadro internacional de dúvidas sobre a bipolarização do mundo. Mais concretamente, num primeiro momento, deve ser entendida como uma condição para a efectiva reconstrução da Europa, pela sua integração estratégica no bloco ocidental, na conjuntura de Guerra Fria que se seguiu às conferências de paz. Já nos anos 50, a cooperação económica dos países europeus deve ser entendida como a afirmação da Europa ocidental como entidade económica e política capaz de fazer frente ao expansionismo americano e à afirmação da URSS, a "força de equilíbrio" que refere Jean Monnet.
Assim, na sua génese, as primeiras vontades de união europeia acalentadas por economistas e financeiros como o autor do documento resultaram da necessidade de a Europa se entender na inventariação de necessidades e na administração das ajudas financeiras proporcionadas no âmbito do Plano Marshall Paralelamente ao apoio económico, interessava aos EUA a constituição na Europa de uma poderosa área de influência ideológico-política como forma de afrontar a expansão soviética a leste.
É nesta conjuntura de apoio à recuperação económica segundo o modelo capitalista que se formou, em 1950, a OECE, uma Organização Europeia para a Cooperação Económica, cujo grande objectivo deixava já transparecer claras preocupações dos países membros em afirmar o Ocidente na cena internacional.
É, todavia, em 1951 que se concretiza o primeiro grande passo para a união económica dos países da Europa ocidental. Por proposta de Jean Monnet, concretiza-se a Doutrina Schuman que preconizava a cooperação da França e da Alemanha na produção de carvão e de aço e, com a adesão também da Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, é criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA, com objectivos de organizarem em comum não só a gestão dos recursos de carvão e ferro, mas também contribuir para a elevação do nível de vida das populações dos estados-membros.
Em Março de 1957, o sucesso económico da CECA, ao lado da fragilidade revelada pela Europa ocidental em questões de política internacional, motivaram a celebração do Tratado de Roma com o objectivo de alargar e aprofundar o mercado comum, pela união aduaneira dos estados-membros, tendo em vista o desenvolvimento coordenado das suas actividades económicas; a livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços, bem como a livre prestação de serviços; a progressiva superação de eventuais divergências em questões de transportes, produção agrícola e energética; e, a longo prazo, uma união cada vez mais estreita dos povos europeus. Ficava instituída a Comunidade Económica Europeia.
Para gerir mais eficazmente as questões ligadas à produção energética, foi ainda criada a EURATOM, a Comissão Europeia de Energia Atómica.
Esta é que é a verdadeira Europa para Jean Monnet, quando considera que "a Europa nunca existiu".
Nunca existiu porque a velha Europa não passava de um conjunto de estados, uma "adição de soberanias" incapazes de se constituírem como uma única entidade, como deixa transparecer a facilidade com que os excessos dos nacionalismos originaram a sua autodestruição por duas vezes, num curto espaço de 30 anos. Para Jean Monnet, a união económica dos estados europeus torna-se ainda mais premente numa altura em que os Estados Unidos se afirmam como potência hegemónica. A Europa "livre" deve integrar-se na esfera política americana, mas deve deixar bem vincado que os países europeus "não se abandonam à facilidade, que não cedem ao medo e que acreditam em si mesmos".

sábado, 31 de janeiro de 2009

Conteúdos para o teste

Portugal e o Mundo da Segunda Guerra Mundial ao início da década de 80 – opções internas e contexto internacional

1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.1. A reconstrução do pós-guerra
1.1.1-A definição das áreas de influência
1.1.2- A organização das Nações Unidas
1.1.3- As novas regras da economia internacional
1.1.4- A primeira vaga de descolonizações

1.2. O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar
1.2.1- O mundo capitalista
1.2.2- O mundo comunista
1.2.3- A escalada armamentista e o início da era espacial.

1.3. A afirmação de novas potências
1.3.1. O rápido crescimento do Japão
1.3.2. O afastamento da China do Bloco Soviética
1.3. 3. A ascensão da Europa
1.3.4. A segunda vaga de descolonizações. A política de não-alinhamento

1.4- O termo de prosperidade económica: origens e efeitos

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

FRENTES DA GUERRA FRIA: 1946-1962

Conflito nitidamente psicológico e acusativo entre os dois blocos de nações um liderado pela União Soviética e outro pelos Estados Unidos. Nunca se deu um confronto, aberto, directo propriamente dito entre estas duas potências, sobretudo devido ao mútuo receio de se desencadear uma guerra nuclear. Este traduziu-se, fundamentalmente, por uma disputa económica e diplomática; no terreno, apenas indirectamente em conflitos regionais. Interesses divergentes conduziram a um clima de mútua suspeição enraizado numa intensa rivalidade ideológica. Contudo, e por incrível que pareça, a Guerra Fria assegurou a paz na Europa durante cerca de 50 anos. Na origem deste conflito aparente está a tomada do poder na Rússia pelos comunistas em 1917, que subsequentemente criaram a União Soviética. A Inglaterra, a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos, que intervieram na guerra civil russa, viam com alguma desconfiança e temor a instalação deste regime comunista. Apesar de alguns países não reconhecerem oficialmente a União Soviética, esta manteve-se imperturbável até à Segunda Guerra Mundial. As circunstâncias deste conflito mundial levaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas a juntar-se aos Aliados na luta contra um inimigo comum: a Alemanha nazi. No entanto, esta guerra serviu também para estender o poderio soviético, beneficiando da fraqueza de uma Europa, que perdia definitivamente o seu lugar no quadro estratégico mundial. Em 1944-1945 o líder soviético Josef Estaline usou o Exército Vermelho para subjugar a Europa de Leste, sob o pretexto de garantir a sua segurança. O presidente norte-americano, Harry S. Truman, para responder a esta ofensiva russa, pôs em prática uma política para reunir a Europa sob a sua liderança. A falta de confiança fez quebrar os compromissos assumidos durante a guerra. Estaline, por um lado, não cumpriu a promessa de fazer eleições livres na Europa de Leste, e Truman, por sua vez, não concedeu o auxílio prometido à reconstrução da União Soviética no período do pós-guerra. A tensão aumentou em 1946 quando Estaline proferiu um discurso interpretado pelos norte-americanos como uma declaração de guerra ideológica ao Ocidente. No ano seguinte os americanos puseram em prática a "Doutrina Truman", que pretendia enviar auxílio para as forças anticomunistas na Grécia e na Turquia. Nesse ano, o jornalista Walter Lippmann celebrizou o termo "Guerra Fria", num livro com o mesmo nome. Entretanto, no Congresso americano, o senador Joseph R. McCarthy era incumbido dos inquéritos para averiguar as actividades pró-soviéticas dos cidadãos norte-americanos. As investigações sobre as alegadas actividades pró-soviéticas atingiram tal dimensão que esse período ficaria conhecido como da "caça às bruxas". O período macartista foi igualmente caracterizado pelo "Plano Marshall" de 1948, um programa americano de ajuda à reconstrução da Europa Central e Ocidental. Estaline contra-atacou com a instalação de governos comunistas por toda a Europa de Leste. Em 1948 (1948-1949) a crise de relacionamento atingiu níveis preocupantes quando o dirigente soviético resolveu também bloquear os sectores ocidentais de Berlim, salvos com a ajuda Ocidental através de uma ponte aérea que ficou célebre. A partir de então, a rivalidade assumiu-se claramente ao nível militar. Em 1949 as potências ocidentais uniram-se para formar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/ NATO). As tensões intensificaram-se em 1949, quando os soviéticos ensaiaram a primeira bomba atómica; paralelamente, os maoístas comunistas tomaram a China. Estes dois países assinaram uma aliança estratégica em 1950. Entretanto, os Estados Unidos favoreciam o desenvolvimento do Japão para fazer face à Ásia comunista. Quando a Coreia do Norte, comunista, invadiu a Coreia do Sul, em 1950, precipitando a Guerra da Coreia (1950-1953), Truman fez intervir os Estados Unidos sob os auspícios das Nações Unidas. Era claro que o bloco comunista apoiava o invasor. Com a morte de Estaline, em 1953, o clima de tensão aliviou-se, mas em 1955 o bloco soviético formou o Pacto de Varsóvia. A Alemanha, por sua vez, entrava na NATO. Os países que não se posicionavam junto de um destes blocos, os não-alinhados, recusavam, como podiam, o poder das grandes potências mundiais. O clima de tensão intensificou-se nos anos 50 quando os dois blocos começaram a desenvolver mísseis balísticos intercontinentais e procuraram aumentar a sua rede de influência na África, na Ásia, na América Latina e no Médio Oriente. A União Soviética instigou a construção em 1961 do muro de Berlim para proteger a Alemanha comunista da Alemanha ocidental. Uma grave crise rebentou em 1962 quando os soviéticos colocaram mísseis em Cuba. O presidente americano John F. Kennedy ameaçou retaliar, e o conflito só foi sanado depois do compromisso dos comunistas retirarem o arsenal nuclear se os americanos não atacassem Cuba. Os soviéticos ficaram, por outro lado, enfraquecidos com a quebra das relações com a China e com a Primavera de Praga na Checoslováquia; e os protestos de outros governos satélites, como na Hungria. Os americanos, por seu turno, envolveram-se na desastrosa guerra do Vietname, que lhes custou 55 mil homens, e não devolveu o Vietname Sul ao seu bloco (pró-ocidental). Nos anos 70 as duas potências acordaram manter uma política de coexistência pacífica. A invasão soviética do Afeganistão em 1980 saldou-se num desastre, como fora a Guerra do Vietname para os americanos, dado que não atingiram nenhum dos objectivos inicialmente propostos e confrontaram-se com pesadas baixas e cenários de guerra adversos. O contra-ataque americano foi a intensificação da luta anticomunista, nomeadamente na Polónia, apoiada numa exacerbada preocupação com o armamento e a defesa sob a presidência de Ronald Reagan, com o lançamento do plano de defesa estratégico conhecido como "Guerra das Estrelas". Rapidamente as duas potências concordaram que despendiam avultadas somas de dinheiro com a política de armamento. Em 1985 Mikhail Gorbachev, o líder da nova geração soviética, chegou ao poder na União Soviética, inaugurando um conjunto de políticas reformistas (Glasnost, transparência, e Perestroika, transformação). Estas políticas aliviaram as tensões mas provocaram o desmembramento do bloco, com a União Soviética a não resistir aos movimentos ocidentais anticomunistas. A queda do muro de Berlim em 1989, a assinatura o tratado entre as quatro potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial, a 12 de Setembro de 1990, que permitiu a reunificação alemã, e o apoio da Rússia na Guerra do Golfo (1990-1991) marcaram o fim da Guerra Fria. O presidente norte-americano George Bush chamou a atenção para "uma nova ordem mundial", que deveria substituir a rivalidade entre as superpotências. A Guerra Fria poderia ter terminado mas o mundo debatia-se com constantes tensões, que não provinham necessariamente da velha rivalidade entre a ex-União Soviética e os Estados Unidos.

* Refere as principais alianças e conflitos registados durante o período da Guerra Fria