terça-feira, 3 de maio de 2011

Arte Renascentista

DISTINÇÃO SOCIAL E MECENATO

A Distinção de Mecenato

O Renascimento conheceu uma notável renovação das letras, das artes e das ciências. Mas assistiu igualmente, á expansão do capitalismo comercial e à afirmação dos homens de negócios; ao reforço dos Estados territoriais; à construção do espaço planetário e consequentemente alargamento do conhecimento do Mundo. O Homem nesta altura viveu um ambiente de entusiasmo, pois descobriu o seu valor, o seu poder de descoberta e de intervenção nos seus talentos.

A ostentação das elites cortesãs e burguesas
O renascimento viu nascer uma atitude optimista de exaltação da vida, que fora desconhecida na Idade Media. A alegria pela existência foi naturalmente mais vincada naqueles a quem a sorte sorria: as elites sociais, onde se misturavam nobres burgueses em busca de ascensão.
Rodeadas de luxo, conforto, beleza e sabedoria, as elites mostraram-se apreciadoras dos prazeres terrenos. Ostentavam vestes luxuosas, ricos palácios e solares, consumiam requintadas iguarias. Mas investiam, também, na aquisição de obras de arte, no reforço das suas bibliotecas, que orgulhosamente se exibiam. Para estas elites a cultura era um sinal de riqueza.
Fomentaram a erudição humanista e os talentos artísticos, foram palcos de animadas festas e tertúlias; nelas brilhavam as elites sociais.

Cortesão ideal
· Talentos físicos
· Intelectual
· Qualidades morais
· Boas maneiras
· Reconhecível pelo seu porte e pela linguagem do seu corpo
A vida quotidiana das elites cortesãs era fortemente condicionada por exigentes regras de comportamento social. Conhecidas por civilidade, instruíam sobre o modo como se deveria comer, vestir, cumprimentar, falar, estar e sobre os preceitos de higiene pessoal.
Na sociedade cortesã é de salientar o progressivo e importante papel cultural concedido à mulher. Embora permanecesse ainda o ideal da mulher submissa, educada pelo pai ou marido, há indícios de dignificação e elevação do seu estatuto, como individuo que deve ser respeitado e estimado, mesmo fora do círculo familiar. Na corte são lhe reconhecidas capacidades de beleza, graça e ilustração.

O estatuto de prestígio dos intelectuais e artistas; o mecenato

O renascimento admirou profundamente a força criadora do Homem, que se elevava à perfeição divina pelas obras do pensamento. Especialmente acarinhados e reconhecidos foram os intelectuais e os artistas. Merecem elogios sem fim e a protecção dos grandes.
Elites cortesãs, príncipes, monarcas e papas rivalizaram entre si nas honras a prodigalizar aos intelectuais e aos artistas. Trata-se do mecenato prática que podemos fazer recuar o mundo greco-romano e que, no contexto do renascimento, nos elucida sobre a promoção do individualismo.
Por um lado os mecenas garantiram a sua fama e gloria, não só através das grandiosas oras que particionavam, mas também graças a uma orientação da opinião pública, inteligentemente praticada pelos humanistas protegidos.
Por outro, artistas e intelectuais obtinham um reconhecimento dos seus méritos e talentos, que elevavam, também aos cumes da glória.


Portugal: o ambiente cultural da corte régia


Em Portugal não faltaram exemplos de mecenato por parte da corte régia. D. João, D. Manuel e D. João III não se pouparam a despesas para acolher humanistas estrangeiros, assim como custear bolsas a estudantes portugueses na Itália, na França e em Coimbra.
Patrocinando grandes obras arquitectónicas e contratando artistas estrangeiros para a corte, contribuíram aqueles monarcas para a elevação da arte e a gloria dos seus reinados.
O ambiente da corte régia mostrava-se na verdade, deveras proporcionador da cultura. Provam-no ainda as festas por ocasião de casamentos reais ou de embaixadas.
O testemunho dos cronistas elucida-os das actividades desportivas dos cortesãos dos tecidos caros exibidos; dos touros inteiros que se mandavam assar para o banquete popular.
Pelas ruas de Roma desfilavam fidalgos e as ofertas ao Sumo Pontífice: o cavalo persa, a onça caçadora, o elefante indiano. Moedas de ouro eram entretanto, lançadas ao povo a lembrar a riqueza e o poderio do soberano português.

* Questão:
Descreve o ambiente cultural da corte régia