segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE INTERNACIONAL NA DÉCADA DE 30

* Com a ajuda dos documentos do manual analisa os condicionalismos responsáveis pela eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939.

5 comentários:

Anônimo disse...

Se nos determos um pouco na data da eclosão da II Guerra Mundial, percebemos que pouco se distancia da Grande Guerra que lhe antecedeu.
A explicação, segundo muitos, é que um dos factores que conjuraram a II Guerra, foi precisamente o cenário mundial no pós-guerra.
O documento 1 do manual que diz respeito ao capítulo em questão, mostra-nos como a "tentação fascista" nasce em Itália para se alastrar à Europa. É desta forma que, ao longo da década de 30, as ditaduras fascistas se disseminam, contribuindo para isso a Grande Depressão e a consequente descrença na democracia parlamentar.
Se atentarmos na imagem facultada neste post, damo-nos conta da força subjacente à política de anexação da Alemanha em 1938 que, como mostra a figura, leva o fascismo até à Polónia, Checoslováquia e Áustria, entre outros. A par disto, surge em Espanha uma guerra civil, no âmbito da ditadura de Franco, que afecta ainda mais o ambiente internacional.
Contudo, esta vaga autoritária não se restringiu à Europa, tendo-se estendido também à Europa Latina e ao Extremo-Oriente, fruto da retracção do comércio mundial, como das influências europeias ou das tradições locais. Exemplos disto são o Brasil, a Argentina e o Chile que, como espelha o documento 3, se converteram em ditaduras populistas. De acordo com este documento, o modelo populista assenta em tópicos que o moldam à imagem do fascismo, em certos aspectos. Assim, o texto aponta: uma base popular, a falta de doutrina precisa, o nacionalismo, um líder carismático, e a liderança das classes médias e altas. No Extremo-Oriente, destaca-se a actuação política de Hirohito no Japão que em muito se assemelhou com o fascismo europeu, como constatamos através da imagem do documento 4, que evidencia o seu cariz expansionista - Jehol, Manchukuo, Pequim, Nanquim, Amoy, Cantão - e repressivo. Estes governos de ditadura foram essenciais na degradação do ambiente internacional, uma vez que alcançaram, através dos eixos Roma-Berlim, no documento 2,e Berlim-Tóquio, a sua perfeita concertação, que impedia que o mundo lhe passasse indiferente.
Ao contrário do que se esperaria, também a Sociedade das Nações, bem como as nações democráticas, favoreceram a expansão fascista nos anos 30. A SDN mostrou-se impotente face aos imperialismos japonês (documento 4) e italiano, e a anexação alemã prosperou graças ao seu abandono, e aos Acordos de Munique, que vergaram as democracias, com uma política pacifista e de apaziguamento já comprovada aquando da Guerra Civil de Espanha. Posto isto, há que reafirmar a importância desta guerra como rastilho para a II G.G. - no documento 5, Churchill deixa bem patente que as suas repercussões se fizeram sentir muito para lá dos limites da Península, com a Itália e a Alemanha a auxiliar uma facção e a Rússia bolchevista a sustentar a outra; também no mapa do mesmo documento podemos constatar, através das setas ponteadas a verde, a ajuda das primeiras nações enunciadas nos focos fascistas, e das setas a vermelho, o auxílio da URSS, nos pontos de força comunistas. De facto, esta inoperância dava à Sociedade das Nações um carácter praticamente ilusório, uma vez que, debilitada, estava impedida de uma acção firme e concertada.
No entanto, frustrada a acção pela via da paz, a França e a Grã-Bretanha tomam consciência dos erros em que incorreram, e decidem inverter a política externa, dispostas a adoptar uma postura mais agressiva e combativa, por forma a enfrentar as ditaduras. É nesta sequência que acabam por declarar guerra à Alemanha a 3 de Setembro, após proclamarem o seu apoio aos países ameaçados pelo imperialismo do Eixo nazi-fascista.
Assim se inicia a Segunda Guerra Mundial, originaria um mundo bipolar.

Anônimo disse...

Dr., desculpe a resposta tão tardia, mas a última noite de férias é para se aproveitar, não é verdade?
Não sei se fui bem de encontro ao que a actividade pedia, mas tentei!

Bom Ano, até 2ª feira!

José Sidónio M. Silva disse...

Muito Bom..até 3ª

Anônimo disse...

Dr, a resposta já está feita no caderninho há muito tempo, mas andei a adiar a sua passagem para o blog, até que chegou o dia de hoje e me deu a preguiça... Amanhã leio-a na aula, sim? =D

E amanhã será o reencontro uhuhuhuhu =D

Carol Loira*

Anônimo disse...

Luisa Pereira

Na década de 30 as dificuldades dos efeitos da Grande Depressão e a descrença na capacidade de a democracia parlamentar solucionar os problemas levaram à adesão crescente das soluções autoritárias, como foi o caso de Portugal.
Esta tentação fascista verifica-se no documento 1 (pág. 210 do manual): “Foi de Itália que chegou a primeira realização politica de uma doutrina nacionalista e social. Depois o Portugal de Oliveira de Salazar, baseado em princípios cristãos (…). Via-se o fogo acender um pouco por toda a parte (…)” nos Estados Bálticos, Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia, Jugoslávia, Albânia, Grécia, e Turquia. Para além destes países europeus o fascismo abrangeu também a América Latina (Brasil, Argentina e Chile) e no Extremo Oriente (Japão).
Nos países referidos da América Latina foram instauradas ditaduras populistas que conforme se evidencia no documento 3, este modelo assentava nos seguintes princípios: na base Popular, na Falta de doutrina precisa, no Nacionalismo, no Líder Carismático e na Liderança das classes médias e altas.
Já no Extremo – Oriente, nomeadamente no Japão foi instaurado pelo imperador Hirohito o expansionismo nipónico como se observa no mapa do documento 4 do manual.
O avanço do fascismo e as ambições imperialistas por parte da Alemanha, da Itália e do Japão que em 1936 haviam assinado alianças militares - o Eixo (documento 2), motivaram, após um período de hesitações, uma politica de alianças opositoras dos países que mantiveram uma democracia liberal (França, Inglaterra, EUA) e da URSS – os aliados. No entanto, perante as primeiras investidas da Alemanha (anexação da Áustria e dos Sudetas), da Itália (anexação da Albânia) e do Japão (ocupação da Manchúria e parte da China, conforme se verifica no documento 4, as reacções aliadas foram de pacifismo, apaziguamento e não – intervenção, finalizadas com a assinatura dos Acordos de Munique (1938). Estas ocupações por parte dos países da Alemanha, Itália e Japão verificaram-se também devido à incapacidade da Sociedade das Nações em fazer frente à politica imperialista dos países em questão.
Desde 1936, que a atitude de hesitação por parte dos Aliados vinha acontecendo, a propósito da Guerra Civil de Espanha, na medida em que, perante o apoio militar e económico da Alemanha e da Itália aos nacionalistas do general Franco, a França e a Grã-bretanha esconderam-se numa neutralidade comprometedora. Tal facto, se comprova com o documento 5 – B, onde Churchill questiona: “ Poder-nos-emos admirar que a Itália fascista e a Alemanha nazi acolhem e ajudem os insurrectos espanhóis ou que a Rússia bolchevista sustente o esforço comunista? Mas qual é então nisto tudo a situação das duas nações liberais e parlamentares do Ocidente? (…) Qualquer que seja o vencedor em Espanha, a liberdade e a democracia estão perdidas.” Os republicanos por outro lado contando apenas com o apoio da URSS e de brigadas de voluntários, acabaram por sucumbir. “ A violência das destruições e os mais de 1500 mortos deixam o mundo atónito”, acerca da Guerra Civil Espanhola presente no documento 6 que deu origem ao quadro Guernica realizado por Picasso, em 1937.
Entretanto, Hitler assinava com a URSS um pacto de não agressão (1939), que incluía um acordo secreto de partilha da Polónia e anexação pela URSS das repúblicas do Báltico. Só quando ocorreu a invasão da Polónia (1939) como vimos no documento inicial, a França e a Inglaterra decidiram alterar a sua politica externa, declarando guerra à Alemanha e dando inicio à 2ª Guerra Mundial.
Posteriormente, em 1941, verificou-se a entrada na guerra por parte da URSS e dos EUA, que juntamente com a Grã – Bretanha e após as dificuldades iniciais de coordenação vieram, em 1942, a organizar um estado - maior conjunto, que se revelou um factor decisivo para a vitória dos Aliados no conflito.