domingo, 2 de março de 2008

ROMANTISMO - REVOLUÇÃO ARTÍSTICA

O Romantismo constitui a primeira ruptura com a tradicão clássica, assumindo a defesa dos ideais e da individualidade do artista. Afirmando-se contra o racionalismo e o açademismo neoclássico, os românticos vão privilegiar a emoção, a imaginação, o idealismo e a exacerbação dos sentimentos.

Para além de um movimento artístico, o Romantismo converteu-se num amplo movimento cultural e num ideal de vida. O ideário romântico combina o imaginário, o patético, o sublime e o pitoresco de forma intensa e dramática.

A principal fonte de inspiração foi a Idade Média, em particular o Gótico, berço das nações europeias e da espiritualidade religiosa. A arquitectura procurou igualmente outras gramáticas históricas — o Românico, o Islâmico, o Renascimento, o Barroco —, traduzida numa prática revivalista e ecléctica que visava surpreender os sentidos, estimular a imaginação e conduzir ao sonho.

Recorrendo a temas literários ou históricos, os artistas criam ambientes fantásticos e imaginários, desenvolvem temáticas inspiradas em civilizações exóticas, em culturas marginais ou na nostalgia da Idade Média. Procuraram a pintura ao ar livre, utilizando a paisagem e o cenário campestre com uma intensidade dramática, de acordo com os seus estados de alma.

As técnicas são mais expressivas, de cores vibrantes e luz intensa, efeitos obtidos através de uma pincelada vigorosa, larga e fluida que acentua o movimento das composições.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Romantismo surgiu no final so séc.XVIII, na Alemanha (Kleist, Schiller, Beethoven), a partir do movimento "Sturm and Drang" - Tempestade e Paixão.
Desenvolveu-se depois, em Inglaterra (Keats, Shelley, Byron, Walter Scott) e, por volta de 1830, atingiu um ponto alto em França, com Victor Hugo.

Este movimento cultural, exalta o instinto e privilegia as emoções contra a razão, rejeitando a harmonia do "bom gosto" codificada pelo racionalismo neoclássico.

Para além de um movimento cultural, com manifestações na literatura, na pintura e na música, o Romantismo foi um estado de espírito que fez bandeira da liberdade e do individualismo, pelo que se converteu na ideologiados revolucionáirios liberais.

Se os filósofos do séc. XVIII se haviam preocupado com o estudo da génese e da evolução das sociedades, concluindo o caminho irreversível da Humanidade para o progresso, os romênticos centravam as suas atenções no indivíduo arrebatado pelo sentimento e pela paixão, consumido pela dor, pela solidão e pela melancolia.

O culto do eu expressou-se na figura do herói romêntico, um ser insatisfeito e incompreendido, com uma vida atribulada e curta. O herói romêntico refugia-se na Natureza, mergulha na Idade Média e inspira-se no Oriente exótico.

O Romantismo caracterizou-se por exaltar a liberdade de criação, a liberdade política, social e ecnómica e a liberdade dos povos, comprometendo-se social e politicamente.
Com o Romantismo dá-se a revalorização das raízes históricas das nacionalidades, daí o interesse pela Idade Média, época que viu nascer a maioria das nações europeias.