quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

TRABALHOS/INFORMAÇÕES

Este post destina-se a trabalhos ou informações com interesse para a disciplina...

3 comentários:

Anônimo disse...

Luisa Nº9

A escravatura teve um assombroso florescimento na Idade Moderna. Inúmeros escravos eram capturados para os mais diversos cargos. Contudo com o surgimento dos ideais liberais a escravatura passou a ser considerada pouco produtiva e moralmente incorrecta. Todavia algumas Constituições e Cartas monárquicas que se baseavam em pressupostos iluministas mantinham a escravidão.
A partir do século XVIII, surge um movimento politico designado por abolicionismo que consistia na abolição da escravatura e do tráfico de escravos. Este movimento era posto em prática através de sociedades.
A supressão da escravatura não se destituiu facilmente. Vigorava nesta época uma forte actividade comercial e era necessário o tráfico de escravos para a exploração de recursos, por exemplo.
Falemos de um caso concreto. Aquando das pressões por parte de sociedades em “instalar” o abolicionismo, a rainha do Brasil sob um governo imperial rendeu-se às coacções dos “revoltados” e assinou a Lei Áurea que extinguiu a escravidão do Brasil. Tal facto não se verificou em todos os países com a destreza de se instituir a abolição da escravidão. A forma de governo que cada país admitiu, influenciou muito a aceitação da derrogação da escravatura. Contudo, Portugal foi um dos primeiros países em aceitar o abolicionismo.
A problemática da escravatura, ainda hoje é discutida. Passados 4 séculos, ainda nos podemos questionar se irá haver algum dia paz e compreensão entre todos os homens? Infelizmente não há resposta para tal pergunta que a merecia. Mas sem dúvida que o mais livre de todos os homens é ser livre na sua própria escravidão.

Anônimo disse...

Luisa Nº9

Sabias que...

*O número total de negros levados de África diz-se ser de aproximadamente 29 milhões;
*O total de mortes de escravos viu o seu auge nas fugas aos caçadores de escravos;
*Na Escócia, o servo usava o colar metálico, o qual significava o estado de servidão perpétua;
*Em certas zonas da Terra persiste, ainda, o tráfico negreiro;
*Portugal abolira a escravatura no ano de 1836;
*Em Lisboa, numa população de 100 000 habitantes, cerca de 10 000 eram escravos;
*A Arábia Saudita apenas aboliu, oficialmente, a escravatura em 1963;
*O tráfico de escravos para as Américas foi a maior migração forçada intercontinental de sempre;
*Quinze milhões de pessoas estiveram na base do tráfico para as Américas, quatro milhões para o Oceano Índico e 10 milhões para o Sara;
*Os escravos eram designados por peças;
*Entre 1660 e 1700, os Ingleses enviaram para as suas colónias cerca de 350 mil escravos.

Adaptado do trabalho sobre Tráfico Negreiro realizado por Luisa e Carolina

Anônimo disse...

Luisa Nº9

Duzentos anos depois, a França discute a sorte de Luís XVI
Dever-se-ia ter morto o Rei?


Quantos franceses responderam hoje ao apelo do Comité Nacional para irem depor um cravo branco na Praça da Concórdia, em Paris, em memória do bicentenário da execução do rei Luís XVI?
Certamente o mesmo punhado de monarquistas que sempre o fizeram com a maior discrição, a 21 de Janeiro de cada ano.

“Descer-se-ia ter morto Luís XVI?” os títulos dos jornais, as capas das revistas, resumem toda a questão. A cabaça do último rei do Antigo Regime devia ou não ter sido brandida na Praça da Concórdia, espetada numa lança, para os franceses constatarem a morte do soberano e o começo da República? Duzentos aos depois, o apagado e triste de Luís XVI desencadeia uma vaga de paixões que deixa perplexo quem não é francês, parisiense, intelectual e politico. Porque, por muito que se ínsita nas colunas dos jornais e nas ondas hertzianas sobre a “França dividida hoje em dois pelo caso de Luís XVI” não é seguro que o caso esteja na lista de prioridades do operário da Renault, ou dos três milhões de desempregados.
Claude Imbert, no editorial do Le Point, chama a esta espécie de histerismo colectivo do microcosmo parisiense, uma psicanálise onde se lê a “lenta extensão em França, do mito revolucionário”. Algumas vozes debatem apaixonadamente o significado deste 21 de Janeiro de 1793, quando a invenção infernal do Sr. Guillotim serviu para separar a cabeça do corpo de Luís XVI e, pela mesma ocasião separou a França do Antigo Regime. A Revolução Francesa, começada a 14 de Julho de 1789, entre então na fase republicana.


Legitimidade revolucionária

Recordam alguns intelectuais que a revolução só podia encontrar a sua legitimidade no sangue do Rei. Respondem os monárquicos que o processo foi injusto e que não havia provas da traição do soberano. As sondagens entram inevitavelmente em cena: 48 por cento dos franceses pensam que a decapitação de Luís XVI era necessária, mas só 9 por cento de entre eles teriam votado na pena de morte. E 49 por cento pensam que a execução foi um erro grave.
Esta brusca e irrupção do “Rei Muito Cristão” não tem apenas a ver com a data simbólica do bicentenário da sua morte. Para muitos observadores, surge por detrás dos insultos e dos muitos pareceres agora ouvidos, uma prova de que a memória nacional francesa não “conseguiu ainda dirigir” a Revolução, com o seu ideário utopista e o seu cortejo de horrores.
Há quem diga, como o escritor Jean-François Revel, que o processo de Luís XVI representa a entrada da França na era dos abusos do poder, dos golpes do Estado e da resignação à legalidade banal idearia. Certas más-línguas explicam o regresso deste fantasma do passado pelo facto da França nunca ter saído de uma espécie de guerra civil entre duas concepções da sociedade. Mas, em vésperas de eleições que vão modificar o panorama político francês e de uma revisão constitucional que levanta a questão na natureza do regime (mais presidencial, ou mais parlamentar), o debate concentra também intenções políticas inconfessáveis.
Ninguém em França contesta hoje o regime republicano. Apercebe-se, porém, de um desequilíbrio da sociedade por detrás do saudosismo que tinge o debate, ligado ao clima do fim “reino miterrandiano” que se vive em França.

(Expresso – Revista de 1 de Julho de 1989)