quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Cultura de Massas e o Desejo de Evasão

Tradicionalmente, a noção de cultura era concebida como um fenómeno elitista, próprio de uma minoria prestigiada e dominante na sociedade, constituída por indivíduos poderosos e intelectualmente aptos.
Era vista como algo reservado às classes sociais mais elevadas, e, por isso, se chamava cultura de elites.
A partir do séc. XX a cultura de elites foi substituída por uma cultura de massas, graças aos meios de comunicação de massas que investiram numa «indústria cultural» dirigida às grandes massas.
Esta visava a ocupação dos tempos livres dos trabalhadores, procurando também compensá-los da monotonia e solidão das sociedades modernas. A cultura passava assim a ser pensada com vista a chegar às grandes massas, enquanto bens de consumo culturais.
Este alargamento da cultura às grandes massas resultou da conjugação de vários factores: a melhoria das condições de vida dos trabalhadores; a sua alfabetização com a obrigatoriedade do ensino primário; e o aparecimento dos novos meios de comunicação como a rádio, o
cinema, a imprensa.
Características da cultura de massas:
 é difundida pelos mass media;
 é multifacetada, quer nos conteúdos, quer nas formas que apresenta;
 é superficial na abordagem dos temas;
 interessa-se pelo imediato, cultivando a novidade;
 é de duração efémera;
 é uma cultura de evasão (através dela os indivíduos abstraem-se dos seus
problemas quotidianos);
 contribui para a estandardização dos comportamentos, pois divulga determinadas atitudes e princípios aceites pela sociedade e que apontam para um "tipo de pessoa média."

* Realiza uma pesquisa sobre um dos meios de difusão da cultura de massas

6 comentários:

Anônimo disse...

Século XX, nº39 - O ano de 1938

ESTE ANO: Após os primeiros filmes de Aurélio Paz dos Reis, antes da República, ou o curto sucesso da produtora portuense Invicta Filme, antes da década de 20, só nos anos 30 é que o cinema se populariza, o mesmo acontece com as emissões de rádio, experimentadas desde meados da década de 20.
A produtora cinematográfica Tóbis Portuguesa e as primeiras grandes estações de rádio de programação generalista começam, agora, a surgir. Em 1931, fundado por Botelho Moniz, começou a emitir o Rádio Clube Português, que se tornaria na principal estação privada de radiodifusão do País, durante muitas décadas.
Em 1933, sob administração estatal e por iniciativa de Duarte Pacheco, surgiu a Emissora Nacional de Radiodifusão, claramente associada ao esforço do Estado Novo de desenvolver uma “política cultural” que continuasse a tendência ideológica de “reaportuguesar Portugal”. Esses ideais culturais, mais tarde considerados invenção da “política do espírito” do Secretariado da Propaganda Nacional (S.P.N.) de António Ferro, eram as concepções absolutamente dominantes entre a intelectualidade e os meios artísticos desde o final do século XIX; e o governo de Salazar foi simplesmente o primeiro a ter recursos para delinear estratégias e subsidiar criadores.
A rádio, além de permitir ao poder político o evitar da mediação única da imprensa na sua relação com a opinião pública, criou condições – tal como o cinema – para que a grande massa da população, mesmo a parte iletrada, pudesse ser progressivamente integrada nessa “cultura portuguesa” recriada ou inventada das “marchas populares”, do fado, das “aldeias típicas”, dos monumentos “restaurados”. O cançonetismo nacional, através da rádio, torna-se uma das facetas mais populares desta nova era cultural. E o cinema, com filmes sonoros como A Severa (1931), A Canção de Lisboa (1933) ou Aldeia da Roupa Branca (1938), ajudam a criar uma imagem tipificada e popular de Portugal.



Fonte de pesquisa: http://livreeleal.blogspot.com/2005/07/sculo-xx-n-39-o-ano-de-1938.html - texto adaptado por Carolina Albuquerque (isto estava cheio de erros =D)

Até amanha!*

Anônimo disse...

No século XX, o contexto internacional propiciou o desenvolvimento dos mass media.
A cultura de massas serviu-se de diversos mecanismos, mas os seus principais intrumentos foram, sem dúvida, a imprensa, a rádio, e o cinema, cujos contornos passarei a explanar.

"O cinema, que foi criado pelos irmãos Lumière em 1895, tornou-se sonoro em 1927, depois falado e beneficiado com a cor.

O cinema, que é a arte de compor e realizar filmes para serem projectados, é símbolo e motor de uma nova mentalidade do lazer, cultivado pelos anos vinte do século XX, sendo primeiramente um divertimento com analogia ao circo e dirigido às classes mais desfavorecidas." - Alberto Manuel Vara Branco.

Na década de 30, o cinema era considerado um evento social, que as pessoas frequentavam em detrimento do teatro. Foi-se tornando cada vez mais participado devido ao preço dos bilhetes, agora mais acessível, à maior diversidade, e ao poder incrível de transportar os espectadores para a dimensão do sonho e da imaginação, levando-as a abstrairem-se e a alcançarem o estado supremo de evasão que, percebemos através do post, era um desejo do homem contemporâneo.
O cinema contribuiu fortemente para o alastramento dos modelos sócio-culturais e da sua consequente estandardização.
Este fascínio exercido sobre a sociedade possibilita a veiculação de propaganda ideológica, sendo que este propósito atinge a apoteose no período anterior à II Guerra Mundial.
A pluralidade de estilos cinematrográficos foi sentida de forma diferente nos diferentes sítios e momentos, no entanto, Hollywood desempenhou um papel de relevo ao descontrair o público norte americano durante a crise económica de 1929.
Porém, enquanto nos EUA a indústria prosperava, na Europa, o totalitarismo em expansão e os regimes autoritários emergentes travavam o desenvolvimento e manipulavam, censurando fortemente esta forma de expressão e comunicação que rapidamente se viu privada da sua liberdade.

" utilização do cinema como instrumento político foi mesmo afirmado por Hitler em Mein Kampf , quando escreveu é preciso expulsar do teatro, das belas artes, da literatura, do cinema, da imprensa, da publicidade, das montras, as produções de um mundo em putrefacção; é preciso pôr a produção artística ao serviço do estado e de uma ideia de cultura moral. " in http://www.ipv.pt/forumedia/5/15.htm.


Não foi apenas na Alemanha nazi que o desempenho cinéfilo foi restringido, também na União Soviética o conceito foi adulterado e desvirtuado.



Em suma, podemos afirmar que este meio de comunicação emergiu nas sociedades industriais e urbanas, e foi usado para transmitir informação a grandes amontoados populacionais, desejosos de se abstraírem do quotidiano.



Exemplos de filmes da época:

-Ivan, O Terrível
-O Alvo desta Noite
-A Armada em que Servimos
-O Correspondente Estrangeiro
-Confissões de um Espião Nazi
-Casablanca
...

Como facilmente se deduz, os títulos frisam o carácter social e o impacto cultural que exerciam sobre o público.

Anônimo disse...

Oh Dr., eu ontem tive uma complicação fisiológica e de manhã adormeci, mas eu tenho a matéria toda em dia, já passei o cadernoe tenho feito os trabalhos!
O Dr. é que podia de vez em quando dar a dica e dizer o que acha dos comentários.. assim uma pessoa sempre ganha outra motivação para continuar a vir aqui.

Até amanhã! Bjo**

x-z-x-z

Anônimo disse...

Por motivos pessoais, supostamente irei faltar à aula de amanhã.

Carolina Albuquerque

Anônimo disse...

Têm toda a razão sobre o meu sil~encio...mas o trabalho tem sido muito...mas o comentário da Inês e da Carolina estão excelentes...parabéns...
prof. José sidónio

Anônimo disse...

Luisa Pereira


História do cinema

Estabelecer marcos históricos é sempre perigoso e arbitrário, particularmente, no campo das artes. Inúmeros factores concorrem para o estabelecimento de determinada técnica, seu emprego, práticas associadas e impacto numa ordem cultural. Aqui serão apresentados alguns, no intuito de melhor conhecer esta complexa manifestação estética a qual muitos chamam de a 7ª Arte. De facto, a data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. O evento causou comoção nos 30 e poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este fazer artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria multibilionária. O filme exibido foi L'Arrivée d'un Train à La Ciotat.
A questão de saber quem inventou o cinema é problemática. Hoje em dia, o cinema baseia-se em projecções públicas de imagens animadas. O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos. Dentre os jogos ópticos inventados vale a pena destacar o thaumatrópio (inventado entre 1820 e 1825 por William Fitton), fenacistoscópio (inventado em 1829 por Joseph-Antoine Ferdinand Plateau), zootropo (em 1834 por William George Horner) e praxinoscópio (em 1877 por Émile Reynaud). Em 1888, Émile Reynaud melhorou sua invenção e começou projectar imagens no Musée Grévin durante 10 anos.

Curiosidades

•Preço do bilhete da primeira projecção do Cinematógrafo: 50 centavos

•Preço de venda ao público de um Cinematógrafo: 1650 francos

•Primeira longa metragem de ficção: The Story of the Kelly Gang (1906, com 65 minutos)

•Duração média de um filme em 1895: 1 minuto

•Duração média de um filme em 1910: 15 minutos

•Primeiro beijo do cinema: John Rice e May Irwin, em A Viúva Jones (1896)

•Maior orçamento até 1909: 30 000 dólares (para uma versão italiana de Napoleão).