sexta-feira, 13 de novembro de 2009

AS OPÇÕES TOTALITÁRIAS

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, parecia que a democracia liberal se ia impor em todos os países da Europa. Na realidade, porém, o período entre as duas guerras acabou por ser um período negro para a demografia europeia.
Por toda a parte, desenvolveram-se os movimentos políticos de extrema-direita favoráveis ao autoritarismo, isto é, movimentos políticos que atacavam a democracia parlamentar e propunham a implantação de ditaduras. Na Rússia soviética, o totalitarismo adquiriu uma feição revolucionária: nasceu da aplicação do marxismo-leninismo e culminou no estalinismo. Já na Itália e posteriormente na Alemanha, o Estado totalitário foi produto do fascismo e do nazismo e revestiu um cariz mais conservador.

OS FASCISMOS: TEORIA E PRÁTICAS

Dos movimentos de extrema-direita europeus, o primeiro a conseguir tomar o poder foi, o Partido Nacional Fascista, em Itália. A expressão fascismos passou, depois, a ser usada de forma mais geral para caracterizar partidos e regimes políticos de outros países, com semelhanças com o exemplo Italiano.

As características fundamentais do fascismo eram:

Rejeitam
· o individualismo, o respeito pelos direitos do Homem e pela dignidade humana, pois os direitos do indivíduo tinham de estar submetidos ao interesse do Estado;

· o principio liberal da igualdade (defendiam a existência de raças superiores e que nasciam para comandar e outras inferiores que nasciam para obedecer);

· o principio liberal da liberdade, porque a liberdade era vista como uma forma de divisão e enfraquecimento do grupo;

· o principio liberal da fraternidade, porque os totalitarismos contêm em si a guerra que irão ser conduzidos a Europa e o Mundo;

· a democracia, pois era considerado um regime de fraqueza, assim como a escolha dos governantes pelo povo de inútil demagogia;

· o pluripartidarismo, que pões em causa a coesão e força d Nação e geram divisões e discussões;

· o socialismo e o comunismo porque: assentavam na luta de classes que conduz a divisões e enfraquecimento do corpo social, propõem formas de poder em que a maioria de indigentes nascidos para obedecer se sobrepõe às elites nascidas para governar,com a sua politica de internacionalização contrariam a coesão e a afirmação nacional;

· o liberalismos económico por privilegiar os interesses individuais contra os interesses do Estado.

Em antítese a estas negações, os totalitarismos afirmam:

· o ultranacionalismo, ao considerarem a Nação como um valor sagrado, um bem supremo;

· o imperialismo, ao defenderem que o nacionalismo deve ser altivo e ambicioso;

· o autoritarismo do Estado.

. contra os particularismos locais, afirmam a forte centralização do poder; o interesse colectivo sobre os interesses individuais, dos grupos profissionais ou das classes sociais.

Propõem regimes de ditadura, estados policiais em que a própria justiça é colocada às suas ordens, na esconjuração das impurezas nacionais, pela condenação mais pelas intenções dos acusados do que pelos seus actos;

· o culto do chefe, providencial, guia e salvador da Nação. O culto do chefe traduz-se pela difusão ilimitada da sua imagem em todos os sítios que a isso se proporcionem;

· o partido único na intermediação das relações entre o chefe e o povo, onde se forma a classe dirigente;

· o socialismo nacional na forma corporativista, considerado como a melhor arma para combater o internacionalismo comunista e a luta de classes. Contrapõe uma forma de socialismo através da qual os patrões e operários cooperam no mesmo objectivo de grandeza nacional, em vez de lutarem por interesses individuais;

· que o Estado deve ser auto-suficiente. É com o desenvolvimento da produção nacional que o Estado se pode tornar forte e independente, proporcionando emprego aos seus cidadãos.


ELITES E ENQUADRAMENTO DAS MASSAS

Homens providenciais ou super-homens, os chefes foram promovidos à categorização de heróis. Simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a Nação e guiavam os seus destinos. Deviam ser seguidos sem hesitação, prestando-se-lhes um verdadeiro culto que raiava a idolatria.
Mas as elites não incluíam apenas os chefes. Delas faziam parte a raça dominante, os soldados e as forças militares, os filiados no partido, os homens de uma forma geral. Consideradas cidadãs inferiores, às mulheres nazis, que estavam destinadas a vida de lar e a subordinação ao marido.
Numa sociedade profundamente hierarquizada e rígida, as elites mereciam o elevado respeito das massas. Em todos os locais, cabia-lhes veicular a ideologia dominante, assegurar o cumprimento estrito da ordem, manter a Nação submissa.
A obediência cega das massas obedeceu a pratica fascista, totalmente avessa a qualquer manifestação de vontade individual e de espírito crítico. Começava logo nos primeiros anos com a integração das crianças em organizações. Na Itália, depois de passarem por sucessivos escalões de formação, os jovens integravam, a partir dos 18 anos, as Juventudes Fascistas. Na Alemanha, entravam nas Juventudes Hitlerianas. Eram desta forma dada uma forte inculcação de valores nacionalistas e anticomunistas nas crianças e jovens.

A arregimentação de italianos e alemães prosseguia na idade adulta, deles esperando a total adesão e a identificação com o fascismo. Contava-se, para efeito, com diversas organizações de enquadramento de massas:

· o Partido Único (Nacional-Fascista – na Itália; Nacional Socialista – na Alemanha), cuja filiação se tornava indispensável para o desempenho das funções publicas e militares e de cargos de responsabilidade;
· a Frente do Trabalho Nacional-Socialista e as corporações italianas, que forneciam aos trabalhadores condições favoráveis na obtenção de emprego (substituíram os sindicatos livres, entretanto proibidos)
· a Dopolavoro na Itália e a Kraft durch Freud na Alemanha, associações destinadas a ocupar os tempos livres dos trabalhadores com actividades recreativas e culturais.

O Estado totalitário fascista investiu muito no controlo das mentes e das vontades. A propaganda mostrou-se como um forte auxilio. Uma gigantesca maquina de propaganda, apoiada nas então modernas técnicas audiovisuais, promovia o culto ao chefe, publicava as realizações do regime e submetia a cultura a critérios nacionalistas e até racistas.

O CULTO DA FORÇA E DA VIOLÊNCIA E A NEGAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

A violência esteve no âmago do fascismo e do nazismo. Ambas as ideologias repudiavam o legado racionalista e humanista da cultura ocidental.
A violência acompanhou, desde o inicio, a prática fascista. Na Itália, ainda Mussolini não conquistara o poder e já os esquadristas semeavam o pânico. Só mais tarde, os esquadristas foram reconhecidos oficialmente como milícias armadas do Partido Nacional-Fascista. Cabia-lhes vigiar, denunciar e reprimir qualquer acto conspiratório. Idênticas funções que competiam à policia politica.

O mesmo aparato repressivo e atentatório dos mais elementares direitos humanos à liberdade e à segurança teve lugar na Alemanha. O Partido Nacional-Socialista criou as Secções de Assalto (S.A.) e as Secções de Segurança (S.S.), milícias temidas pela brutalidade das suas acções.
Com a vitória do nazismo, as milícias e a polícia política (Gestapo) exerceram um controlo apertado sobre a população e a opinião pública. A criação dos campos de concentração, completou o dispositivo repressivo do nazismo. Administrados pela S.S. e pela Gestapo, neles se encerraram os opositores políticos.

O nazismo levou ao extremo o racismo que caracteriza ideologias fascistas. Os nazis acreditavam descender de uma raça superior, a raça ariana, a quem incumbia a obrigação de dominar o mundo pela eliminação das raças inferiores.

- A eugenia nazi
O primeiro objectivo do nazismo deveria ser a purificação da raça ariana pela selecção dos seus membros mais genuínos e eliminação dos impuros.
Para isso, desenvolveram profundos estudos para determinar as características da raça ariana e aplicaram as conclusões da analise dos tipos fisionómicos e mentais na depuração eugénica da raça. Isto é, encontrados os indivíduos perfeitos, machos e fêmeas eram acasalados e submetidos à aplicação rigorosa das leis da genética a fim de obter novos cidadãos dotados com as qualidades raciais superiores.
Ao mesmo tempo, deficientes mentais, doentes, portadores de qualquer deficiência ou debilidade eram esterilizados ou eliminados.

- O anti-semitismo
O passo seguinte da política racista alemã era preservar a pureza da raça pela eliminação das raças inferiores que a contaminavam. Entre todas, a mais inferior era constituída pelos judeus que acusavam de serem causadores de todos os males da sociedade. Por conseguinte, fizeram do seu extermínio um dos grandes objectivos políticos.
Numa primeira fase, os judeus foram segregados, boicotados, excluídos. Numa segunda fase, surgiram as primeiras investidas contra as suas pessoas e bens com destruições programadas dos seus locais de culto e de actividade económica, intensificando-se a sua segregação com o seu encerramento em guetos. Numa terceira fase, com o começo da Segunda Guerra Mundial, os judeus foram submetidos às mais humilhantes condições de trabalho e, finalmente, a um extermínio cientificamente preparado que se traduziu no genocídio de milhões de homens, mulheres e crianças nos campos de concentração.

A AUTARCIA COMO MODELOS ECONOMICO

Os totalitarismos cresceram à medida que se agravavam as condições económicas e financeiras de uma Europa destruída pela guerra e cresciam as promessas de solução de todos os problemas por ideologias fortemente nacionalistas.
Uma vez no poder, os regimes totalitários fizeram da auto-suficiência económica e da resolução do problema do desemprego poderosos veículos de afirmação do nacionalismo político. Era o ideal de autarcia traduzido na adopção de políticas económicas fortemente intervencionistas através das quais as actividades produtivas eram colocadas ao serviço do Estado.

- Na Itália:
Ganhou particular relevância o controlo da economia pelo enquadramento de todas as actividades laborais nas corporações.
Paralelamente, Mussolini ficou ligado ao lançamento de amplas campanhas de produção envolvidas por poderosas e, por vezes, espectaculares manifestações de propaganda em que os trabalhadores eram exortados a trabalhar intensamente de forma a conseguir altos níveis de produtividade. As mais famosas foram a “batalha de trigo”, visando o aumento da produção deste cereal, e as campanhas tendo em vista a recuperação de terras para a agricultura e a construção de grandes obras públicas.
As actividades industriais e comerciais passaram também por um forte controlo do Estado, já nos anos 30, com o lançamento de programas de industrialização e de controlo do volume das exportações e importações.
Os resultados dos programas económicos italianos foram positivos, todavia, o desenvolvimento do país foram conseguido à custa de grandes sacrifícios da população, quer em trabalho, quer em impostos, quer em sujeição a rigorosos racionamentos do consumo.

- Na Alemanha:
Hitler não divergiu substancialmente das políticas económicas adoptadas por Mussolini. Tornar a Alemanha independente dos empréstimos estrangeiros pelo relançamento da economia e, ao mesmo tempo, resolver o problema de 6 milhões de desempregados foram a bandeira da propaganda que levou os nazis ao poder. Para o conseguir, Hitler levou a cabo uma politica de grandes obras públicas, como a construção de auto-estradas e outras vias de comunicação e desenvolvimento do sector automóvel, aeronáutico, químico, siderúrgico e da energia eléctrica.
Relevante no combate ao desemprego e na captação da simpatia dos grandes industriais alemães foi o relançamento da indústria militar e a reconstituição do exército e da força aérea, contrariando as imposições de Versalhes. Nos finais da década, a Alemanha estava plenamente remilitarizada e preparada para se lançar na conquista da Europa.


O ESTALINISMO

Após a morte de Lenine, gera-se um problema de sucessão entre dois destacados membros da Direcção do Partido Comunista:
- Trotsky: líder carismático da revolução bolchevique;- Estaline: comissário do Povo para as Nacionalidades e mais tarde, secretário-geral do partido de paz.
Das duas estratégias propostas para os destinos políticos do Estado Soviético, venceu a tese proposta por Estaline que defendia a necessidade de consolidar a revolução primeiro no URSS, e só depois partir para a sua internacionalização.
Uma vez no poder, toda a sua acção política foi norteada por dois grandes objectivos:
- a construção da sociedade socialista; - a transformação da Rússia numa grande potência mundial.
Conseguiu a concretização destes através da colectivização dos campos, da planificação económica e do totalitarismo repressivo do Estado.

COLECTIVIZAÇÃO E PLANIFICAÇÃO DA ECONOMIA

A construção da sociedade socialista foi feita através de um regime totalitário, pela violência e pela força, centrado na colectivização dos campos e na planificação económica.
Lenine interrompeu o processo liberalizador instituído com a NEP e arrancou irreversivelmente para a nacionalização de todos os sectores da economia. Quase não havia propriedade privada na Rússia. O Estado apropriara-se da terra, do subsolo, das instalações fabris, do comércio, de capitais e de outros rendimentos de trabalho, transformando antigos proprietários em simples assalariados.
A oposição a este processo por parte dos kulaks e dos nepman provocou a repressão em massa da população de que resultaram milhões de mortos e deportados para campos de trabalho forçado em mais uma manifestação de força e autoridade do centralismo democrático estalinista.
Eliminada a propriedade privada dos meios de produção, o Estado soviético, seu único detentor em representação dos trabalhadores, implanta uma rigorosa planificação da economia.

A propriedade rural foi organizada segundo dois tipos de propriedade (quintas colectivas/cooperativas de produção) apoiados por parques de máquinas:
· Kokhoses – correspondiam a grandes propriedades agrícolas colectivas trabalhadas pelos camponeses, geralmente da mesma região, em regime cooperativo, sob administração de delegados do partido;
· Sovkhoses – grandes propriedades dirigidas directamente pelo estado, para qual a mão-de-obra trabalhava na qualidade de assalariado,

O comércio foi organizado à semelhança da propriedade rural em cooperativas de consumo local ou em grandes armazéns estatais.

A indústria foi o sector onde mais se fez sentir o rigor da planificação. Estaline desenvolveu uma planificação económica, denominada de Planos Quinquenais, com duração de cinco anos, onde estabeleceu os objectivos a atingir em cada etapa de crescimento:
- no primeiro plano (entre 1928 e 1933), deu prioridade absoluta à industria pesada. Pretendia proceder à criação dos sólidos fundamentos de futuros programas industriais que garantissem a independência económica do país. Fomentou a construção de grandes complexos siderúrgicos, hidroeléctricos, fabris, de redes de comunicações, exploração de matérias-primas e produção de alimentos;
- no segundo plano (1933 a 1938), o objectivo foi o desenvolvimento da industria ligeira e alimentar, de forma a proporcionar melhor qualidade de vida às populações;
- o terceiro plano, previsto para os cinco anos seguintes, visava o sector energético e as industrias químicas, mas foi interrompido em 1939 com o começo da Segunda Guerra Mundial.

Os planos forma retomados depois da guerra, mas os objectivos foram de recuperação económica do país e a investigação científica, no ambiente de Guerra Fria.
A concretização e o sucesso dos planos construíram outra manifestação da autoridade central. Com efeito, considerando as dificuldades estruturais em que decorreu, a industrialização estalinista só foi possível:
· através de uma forte disciplina que passava pela imposição de trabalhos forçados;
· por deportações em massa de trabalhadores através da instituição de prémios, que podiam ir até à glorificação pública;
· pela propaganda que instituiu o culto a Estaline e ao Estado soviético.


O TOTALITARISMO ESTALINISTA

O Estado estalinista revelou-se omnipotente e totalitário:
- Todas as regiões foram russificadas e submetidas a Moscovo.
- Os cidadãos viram-se privados de liberdades fundamentais. Toda a sociedade ficou enquadrada em organizações que a vigiavam, desde os jovens, inscritos nos Pioneiros e, depois, nas Juventudes Comunistas, aos trabalhadores, obrigatoriamente filiados nos sindicatos afectos ao Partido Comunista.
- Só o Partido Comunista monopolizava o poder politico: às eleições apenas se apresentavam os candidatos por ele propostos; por sua vez, o centralismo democrático permitia-lhe o controlo dos órgãos do Estado.
- A superintendência da economia cabia ao Estado: fazia-o através da colectivização e da planificação.
- A própria cultura foi obrigada a exaltar a grandeza do Estado soviético e a render culto à personalidade do seu chefe, Estaline.
Com efeito, com Estaline, o centralismo democrático evoluiu para a ditadura. Mas não foi para a ditadura do proletariado, como propunham as teses marxistas, foi para a ditadura do Partido Comunista.
A partir de 1924, Estaline empreendeu uma maquiavélica perseguição a todos os que revelassem possibilidades de lhe fazer oposição. Levando a cabo sucessivas purgas, através de processos obscuros, eliminou todos os potenciais concorrentes ao poder, incluindo antigos e importantes intervenientes no processo revolucionários, conseguindo que praticamente todos fossem afastados do partido.
O Partido Comunista transformou-se, pois, num partido de quadros, profundamente burocratizado e disciplinado, o que facilitava o reforço dos poderes do Estado.
O Estado totalitário, alicerçado na ditadura do Partido Comunista, aguentou-se à custa de uma repressão brutal, levada a cabo pela NKVD, a nova polícia política. A partir de 1934, a URSS enveredou pela repressão crónica, caracterizada pelas purgas e pelos processos políticos.
Até ao fim da década, dois milhões de pessoas sofreram a deportação para os campos de trabalhos forçados e setecentas mil foram executadas. A ditadura estalinista ficaria associada a um dos regimes mais despóticos da História da Humanidade.


* Explica em que consistiu o eugenismo e anti-semitismo nazi

* Caracteriza o modelo económico seguido pelos totalitarismos fascistas

10 comentários:

Joana Macedo n4 disse...

*O racismo nazi baseava-se na teoria de que os homens se dividiam em raças superiores e raças inferiores. A raça ariana, a que pertencia o povo alemão, era considerada superior a todas as outras. Como raça superior, a raça ariana deveria manter-se «pura», eliminando todos os elementos estranhos que a corrompessem, como judeus e ciganos, raças consideradas nocivas e parasitas. Como tal, o regime nazi revestiu-se de teorias anti-semitas e eugenias muito próprias.

A eugenia alemã foi implantada com o objectivo de apurar, física e mentalmente, a raça ariana. Como tal, o regime nazi tomou uma série de medidas:
-política de incentivo à natalidade entre as famílias arianas;
- promoção do desporto e da vida ao ar livre;
- imposição do eugenismo (aplicação das leis da genética à reprodução humana, a fim de obter melhores estirpes – casamentos entre S.S e mulheres alemãs);
- esterilização obrigatória dos alemães «degenerados», como deficientes mentais;
- encorajamento da eutanásia no caso dos doentes mentais, dos deficientes e dos idosos, levando mesmo à sua eliminação física;
- proibição de casamentos mistos.

A palavra anti-semitismo significa preconceito contra ou ódio aos judeus. O Holocausto é o exemplo mais radical de anti-semitismo na história. Apoiados pelo governo, os nazistas alemães e seus colaboradores perseguiram e exterminaram 2/3 dos judeus da Europa entre 1933 e 1945.
Em 1933, com a ascensão dos nazistas ao poder, o partido ordenou boicotes económicos aos judeus, a queima de livros judaicos, além de aprovar uma legislação discriminatória anti-semita.
Em 1935, as Leis de Nuremberg definiram os judeus empregando termos raciais erróneos, pelo “sangue”, e ordenaram a separação total dos chamados “arianos” dos “não-arianos”, legalizando assim a hierarquia racista, onde os alemães estavam no topo e os demais povos abaixo.
Na noite de 9 de Novembro de 1938, os nazistas destruíram sinagogas e vitrinas de lojas de propriedade de judeus na Alemanha e na Áustria, fato que ficou conhecido como o pogrom da Kristallnacht, Noite de Cristal. Este evento marcou a transição de uma era de anti-semitismo velado para outra, a da destruição, durante a qual o genocídio foi o foco único do anti-semitismo nazista.
Em 1941, foi decidida a "solução final" para o “problema” judaico. Os Judeus da Alemanha, depois de recenseados, eram levados para os campos de extermínio ou campos da morte (Treblinka, Auschwitz, Dachau e outros). Nestes campos de extermínio morreram cerca de 6 milhões de Judeus.
Embora o anti-semitismo tivesse existido um pouco por toda a Europa ao longo da História, foi a primeira vez que o extermínio de uma raça foi planeado e organizado de modo a ser efectuado da forma mais rápida e económica possível.

Anônimo disse...

"Caracteriza o modelo económico seguido pelos totalitarismos fascistas"

Para combater os efeitos económicos do Pós-Guerra e da Crise de 1929 era necessário recuperar a economia, diminuir as taxas de desemprego e tornar a balança comercial favorável.
Tanto na Itália como na Alemanha o modelo económico adoptado foi a Autarcia, em que o principal objectivo era uma economia auto-suficiente. A principal característica deste modelo é a forte intervenção do Estado em todas as actividades económicas (agricultura, indústria e comércio).
Apesar de ambos os Regimes Fascistas terem adoptado o mesmo modelo económico, cada país teve as suas especificidades.

Itália:
-Agricultura: A criação de corporações (corpos profissionais de trabalhadores, patrões e serviços que conciliam os seus interesses de modo a promoverem a ordem, a paz e o bem-geral) contribuiu para uma melhor planificação económica. Outra das características na Itália foi a realização de Batalhas de Produção - como por exemplo a Batalha da Lira 1927 (estabilizou a moeda), Batalha do Trigo 1925 (aumentou a produção de cereais e diminui as importações) e a Batalha da Bonificação (recuperou e criou terras que até então eram zonas pantanosas no sul de Roma 'Pântanos Pontinos').
-Indústria: Criou-se o "Instituto Imobiliário Itálico" e o "Instituto para a reconstrução Industrial" que ajudou as empresas em dificuldade, mas só
com a conquista da Etiópia, o país conseguiu uma forte exploração de fontes de energia e de minério e a criação de produtos síntese.
-Comércio: As medidas tomadas neste sector foram as de subir os direitos alfandegários e controlo de volume de importações e exportações.

Alemanha:
As principais medidas tomadas por Hitler foram, essencialmente, no âmbito das Obras Públicas - construção de pontes, auto-estradas e linhas férreas - ferramenta útil na diminuição do desemprego que na Alemanha afectava cerca de 6 milhões de pessoas. A fixação de preços; a auto-suficiência alemã em produtos como cereais, açúcar e manteiga e um aumento de armamento sustentado pelo grande capital (que permitiu a ascensão das indústrias da siderurgia, química, eléctrica, mecânica e aeronáutica) levaram à adesão e aceitação da população Alemã a este modelo económico.



(eu depois respondo à outra questão)

Carolina Viegas

Joana Macedo n4 disse...

O Estado Totalitário defende o Corporativismo, isto é, a existência de organismos profissionais que reuniam por ramo de trabalho empregadores e empregados. Solucionariam entre si os problemas laborais, jamais recorrendo à greve. Estes organismos, evitariam a luta de classes e obteriam bons desempenhos económicos.
Os Estados Totalitários adoptaram uma política económica intervencionista e nacionalista – a autarcia. Esta pressupõe a auto-suficiência económica, apelando ao heroísmo e ao empenho do povo trabalhador. Prometeu-se o fim do desemprego e a glória da Nação.

Autarcia (dicionário)
Nome feminino
1.sociedade que, do ponto de vista económico, se basta a si mesma
2.suficiência própria; auto-suficiência


Itália

O Estado Fascista, em 1932 debatia-se com 1,3 milhões de desempregados. Perante este problema, verifica-se o reforço da intervenção do Estado na economia.
O Estado passa a planificar a economia relativamente à aquisição de matérias-primas, volume de produção e tabelamento de preços e de salários.
Mussolini chamou-lhe as Grandes Batalhas de Produção em que se verifica um rigoroso enquadramento do Estado.
•Aumento das taxas alfandegárias;
•Controle das importações e das exportações;
•Estado financia empresas em dificuldades;
•Intervém fortemente no sector industrial.


Alemanha

Hitler chega ao poder prometendo “pão e trabalho” para seis milhões de desempregados.
Vai iniciar uma política de grandes trabalhos: construção de auto-estradas, pontes, linhas-férreas, hospitais … para absorver a mão-de-obra excedentária.
Entre 1936-39 verifica-se um reforço da autarcia e do dirigismo económico:
•Fixam-se os preços;
•Vasto programa de rearmamento que permite a reorganização da indústria alemã, nomeadamente a siderurgia, a química, electricidade, mecânica e aeronáutica.

Inês "20's" Gama disse...

OlázZinh0 Doutorzinho e piquenos sucessores!
Passei só para vos cumprimentar e para perguntar as novidadezZinhas! Já vi que já chegou o... TERROR!

Afinal não levei uma negativa jurídica no meu teste de Constitucional:P estou muito contente... ihihih!

E como já não deve faltar muito para estudarem a matéria dos anos 20, aproveito para avisar todos os interessados que cortei o cabelo à la garçonne, vulgo, tipo Beatriz Costa, assim meio para Coco Channel, com um ligeiro toque de qualquer coisa.. bem, o que releva para aqui é que está MUITO curto, portanto, Dr. Si, se eventualmente passar por uma pessoa de metro e meio, olhos azuis, cabelo à anos 20, pinta de fox trot e com ar de quem é uma aplicada estudante de Direito, não se coíba de parar e pagar o lanche, porque pode parecer que não, mas sou eu... Sou realmente eu!! Para ver como sou eu, passo desde já a informá-lo que noutro dia passei pelo espelho e pensei "que pessoa bonita, porque é que eu não sou assim?"... e foi quando a idílica figura reflectida me disse: "olá eu!".

Avançando, como não queria dar um aspecto muito fútil (too late, right?) e passar aqui só para fazer conversa de sala ou de café ou de cházZinho ou seja lá o que for, decidi mostrar-me minimamente prestável..

Por isso, não percam o próximo post, porque nós também não!

Inês "20's" Gama disse...
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Andreia Fernandes disse...

Ah opções totalitárias... que saudades! A única coisa remotamente semelhante que tenho a isso agora é a professora de introdução à gestão, que parece a Gestapo de olhos tortos, o que permite apanhar muito mais facilmente quem está a falar, e só não nos manda para campos de concentração porque suponho que não tem poder para isso.

Bom, que a gente nova de humanidades tenha tido boas notas, porque aqui estão escassas!

E o professor Sidónio que diga um diazinho para a gente se encontrar visto que estamos tão perto e eu quero um lanche em honra dos 18 que tive e que provavelmente não voltarei a ter.

Continuação de boas aulinhas e aproveitem agora porque esta matéria tem mais piada do que as seguintes (ou não).

Com os melhores cumprimentos de uma saudosa ex-aluna de história,

Pulga


P.S - Que vontade de responder ás perguntas! Sempre são mais agradáveis do que calcular equações sem números. Enfim, entre Hitler e as equações a escolha para mim é óbvia, Hitler!

P.S.2 - Não sou de extrema-direita atenção, só para que conste.

Gama disse...

O século XX inicia-se sob o signo do demoliberalismo, que se pautava peloa liberdade, igualdede e direitos individuais, num plano; pela divisão tripartida dos poderes, noutro; e, finalmente, pelos ideais de parlamentarimo e pluripartidarismo que povoavam o sufrágio.
Contudo, nas décadas 20 e 30 assiste-se a um retrocesso nestes regimes que proliferavam na Europa, fruto da Primeira Guerra Mundial, da Grande Depressão e da grave crise política e social, que levaram ao aparecimento de movimentos antidemocráticos e de cariz autoritário - surgem como alternativa ao demoliberalismo.
A Itália, a par da Alemanha, mostra-se particularmente susceptível perante estas mutações, devido à insatisfação face ao desfecho do Tratado de Versalhes (queriam maiores compensações territoriais), e de uma grave crise económica que originou desemprego e agitação social, tornando o país permeável aos ideais bolcheviques do operariado; também o facto de ser um país de tradição democrática, a marcha sobre Roma em 1922 e a crise 1929 contribuíram para densificar a situação vigente.
No que concerne à Alemanha, os factores que mais contribuíram para a conjectura político-social que a passou a predicar, prenderam-se com a recente tradição democrática, a humilhação sofrida aquando do Tratado de Versalhes (diktat), e com profundas dificuldades económicas - pesadas indemnizações de guerra, inflação galopante, alta taxa de desemprego e forte instabilidade social. Também a Grande Depressão americana contribuiu para derrubar a República de Weimar, pois a Alemanha estava dependente da ajuda económica dos EUA, e o fim do crédito e dos investimentos norte-americanos significaram a ruína económica alemã, pelo que a crise de 1929 permitiu a ascensão política do partido Nazi.
Assim, a ideologia fascista encontra as suas características no totalitarismo, antiparlamentarismo, no culto do chefe, na superioridade das elites, imperialismo, militarismo, corporativismo e num ideal de autarcia, que visava atingir a independência política através da auto-suficiência económica.
O racismo e o anti-semitismo reflectiram-se em práticas de eugenia e conduziram ao genocídio, fundamentando-se na superioridade da raça ariana.
Foi também um período de forte enquandramento das massas, positivado em veículos de difusão ideológica como o foram as organizações juvenis, a existência de um partido único, de corporações italianas e da Frente do Trabalho Nacional-Socialista, em organizações recreativas e populares e em manifestações populares e ministérios da propaganda.
O culto da força e da violência procuravam manter a sociedade controlada e a manutenção da ordem e da disciplina, e para tal, usava de milícias, polícias políticas e campos de concentração.
A nível económico, a autarcia, já supracitada, tinha como objectivo eliminar o desemprego, a hiperinflação e aumentar a produção interna através de uma forte intervenção do Estado - batalhas pela produção, ocupação e povoamento de terras pantanosas, recuperação das práticas de proteccionismo económico, fixação dos preços de venda dos produtos, investimento de capitais do Estado nas empresas, política de obras públicas, reconversão de empresas para a produção de armamento.
Não obstante, a recuperação económica teve elevados custos humanos, chegando-se a manter os racionamentos.

Espero ter ajudado!


Inês Gama

José Sidónio M. Silva disse...

Olá meninas!! estou muito contente por continuarem a visitar o nosso blog, falarem das vossas novas vidas e ainda comentarem os temas...obrigado...assim sempre ajudam os vosso colegas da esfa...obrigado Inês...Quanto ao lanche Andreia é só combinar...marquem um dia....Prof. Sidónio

Anônimo disse...

O anti-semitismo consistiu no preconceito contra ou ódio aos judeus. O Holocausto é o exemplo mais radical de anti-semitismo na história. Apoiados pelo governo, os nazistas alemães e seus colaboradores perseguiram e exterminaram 2/3 dos judeus da Europa entre 1933 e 1945. Em 1879, o jornalista Alemão Wilhelm Marr criou o termo anti-semitismo, que significa ódio contra judeus, e também a não-aceitação de tendências liberais e cosmopolitas da política internacional dos séculos 18 e 19, muitas vezes associadas à imagem dos judeus. As tendências atacadas pelos nazistas abrangiam a igualdade de direitos civis entre os cidadãos de um país, a democracia constitucional, o livre comércio, o socialismo, o capitalismo financeiro, e o pacifismo.
Em 1933, com a ascensão dos nazistas ao poder, o partido ordenou boicotes económicos aos judeus, a queima de livros judaicos, além de aprovar uma legislação discriminatória anti-semita. Em 1935, as Leis de Nuremberg definiram os judeus empregando termos raciais erróneos (falsos), pelo “sangue”, e ordenaram a separação total dos chamados “arianos” dos “não-arianos”, legalizando assim a hierarquia racista, onde os alemães estavam no topo e os demais povos abaixo. Na noite de 9 de Novembro de 1938, os nazistas destruíram sinagogas e vitrinas de lojas de propriedade de judeus na Alemanha e na Áustria, fato que ficou conhecido como o pogrom da Kristallnacht, Noite dos Vidros Quebrados. Este evento marcou a transição de uma era de anti-semitismo velado para outra, a da destruição, durante a qual o genocídio foi o foco único do anti-semitismo nazista.
No que diz respeito ao eugenismo, termo cunhado em 1883 por Francis Galton, que significa "bem-nascido". Galton definiu eugenismo como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente [. Em outras palavras, melhoramento genético. O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento do eugenismo nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de pureza racial, a qual culminou no Holocausto. Mesmo com a maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas actualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de facto impossível mudar a natureza humana.
Desde o seu surgimento até os dias actuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não-aptas para a reprodução. Do ponto de vista do debate científico, o eugenismo foi derrotado pelo argumento da genética mendeliana.

Verónica Costa 12ºE nº16

(Responderei à outra pergunta, numa resposta em separado desta..)

Anônimo disse...

Caracteriza o modelo económico seguido pelos totalitarismos fascistas:


O estado totalitário fascista, serviu-se do corporativismo para evitar a luta de classes e obter bons desempenhos económicos. A recuperação económica foi preocupante para a Itália e para a Alemanha, pois sofreram um forte “abanam” com a crise do pós-guerra e posteriormente os efeitos da grande depressão.
Ambos os países, acima referidos, adoptaram uma política económica intervencionista e nacionalista, a autarcia, que sugeria a auto-suficiência económica, apelando ao heroísmo e ao empenho do povo trabalhador, apelando ao fim do desemprego e à glória da nação.
Na Itália, exaltou-se a forma de espectacular pela propaganda, realizando-se as grandes batalhas de produção. Entre as quais se destacaram, a “batalha do trigo”, iniciada em 1925, com o intuito de aumentar a produção de cereais e posteriormente diminuir as importações, isto na agricultura, pois no que diz respeito ao comércio, as medidas tomadas foram: a subida dos direitos alfandegários e o controlo do volume de exportações e importações. Quanto à indústria, o estado pretendia financiar as empresas com dificuldades, criando assim em 1931/33 o instituto imobiliário itálico e o instituto para a reconstrução industrial.
Na Alemanha, exaltaram-se as obras públicas, política levada a cabo pelos de grandes trabalhadores, onde procederam à construção de auto-estradas, pontes, linhas férreas, permitindo assim a redução do desemprego.
Entre 1936/39, o estado alemão, reforçou a autarcia e o dirigismo económico. Fixaram-se preços em diversos produtos, e posteriormente, a Alemanha conseguiu manter-se auto-suficiente. O vasto programa rearmamento, encetado à revelia das disposições de Versalhes e sustentado pelo grande capital. As realizações económicas do nazista e a quase eliminação do desemprego renderam-lhe a adesão das massas e a admiração, ate, de países ocidentais.


Verónica Costa 12ºE nº16